O fundador do partido Novo, João Amoêdo, declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições. No pleito de 2018, Amoêdo apoiou Jair Bolsonaro (PL), principal adversário de Lula na disputa deste ano.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado, (15/10), Amoêdo afirmou que Bolsonaro “apresenta um risco substancialmente maior” ao Brasil que Lula.
“Os fatos, a história recente e o resultado do 1º turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, me levaram à conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior”, disse.
O posicionamento é contrário ao de Romeu Zema, governador reeleito em Minas Gerais pelo Novo, que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições. O gestor tem acompanhado Bolsonaro em agendas pelo estado.
A escolha de Amoêdo também é diferente da de Felipe D’Ávila, que concorreu à presidência da República neste ano pelo Novo. No segundo turno, D’Ávila decidiu se manter neutro e não apoiar Lula nem Bolsonaro.
O político fez críticas à gestão de Bolsonaro e citou assuntos como o orçamento secreto, o enfrentamento do governo à pandemia de Covid-19, a alteração da composição do Supremo Tribunal Federal (STF) e falta de investimentos em áreas como educação, meio ambiente e ciência.
O fundador do Novo declarou, porém, que não concorda com políticas defendidas pelo PT e criticou esquemas de corrupção das gestões de Dilma e Lula. No entanto, disse que o voto no petista evitará “danos adicionais ao cidadão”.
“No dia 30, farei algo que nunca imaginei. Contra a reeleição de Jair Bolsonaro, pela primeira vez na vida, digitarei o 13. Apertar o botão ‘confirma’ será uma tarefa dificílima. Mas vou lembrar do presidente que debochava das vítimas na pandemia”, afirmou.
João Amoêdo também disse que é possível receber críticas do partido Novo pelo seu posicionamento, mas ressaltou que o estatuto da sigla não prevê restrições à escolha dos filiados.