Testemunhas são ouvidas em primeiro dia de julgamento de advogado suspeito de matar sócio

Viúva de advogado morto foi uma das pessoas ouvidas e citou dívida de R$ 600 mil

Como havia sido anunciado mais cedo, o julgamento de Sinval José Alves, Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bzerra da Silva, acusados de matar o advogado José Fernando Cabral de Lima, deve durar dois dias. Até o início da noite desta terça-feira, 18, pelo menos cinco testemunhas das 17 arroladas, já haviam sido ouvidas.

Caio Loureiro/Ascom TJ-AL

Viúva de advogado assassinado na Ponta Verde, em Maceió, é a primeira a prestar depoimento.

A primeira pessoa a ser ouvida foi a médica Lenilde Madeiro Cabral, viúva da vítima. Ela contou em juízo que Sinval José Alves, sócio da vítima à época, devia R$ 600 mil a José Fernando, referente a honorários advocatícios não repassados. Ela contou ainda que acredita que o crime tenha sido cometido para que o réu não tivesse que pagar a dívida e que Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bezerra da Silva Filho foram contratado para colocar o plano em ação. Os três acusados negam participação no crime.

De acordo com informações da assessoria do Tribunal de Justiça da Alagoas (TJ/AL), o juiz José Braga Neto afirmou que tentará ouvir pelos menos as testemunhas, tanto as de acusação quanto as de defesa. Ele explicou que algumas testmunhas poderão ser dispensadas.

O magistrado informou também que deve fixar um horário limite por volta das 22h para encerramentos das atividades hoje e que as atividades deverão ser retomadas amanhã, a partir das 9h.

Expectativas

O Ministério Público e o advogado de acusação esperam uma pena em torno de 30 anos para cada réu, por se tratar de um homicídio qualificado. Conforme o advogado Tiago Pinheiro, o crime gerou perplexidade social e é esperada a condenação dos três envolvidos.

“O mandante era sócio da vítima e matou por ganância e ambição. Esperamos que o júri condene Sinval e os que, mediante pagamento, tiraram a vida de Fernando. Esperamos a condenação e também a indenização por danos morais e materiais em favor da família da vítima”, explicou.

A defesa de Sinval alega que não havia sociedade de fato entre o réu e a vítima, bem como que não havia dívida entre eles, como alegam testemunhas, e sim um empréstimo. “Estamos muito confiantes que o júri acertadamente conseguirá a absolvição de Sinval junto à quantidade de provas que temos”, relatou Diego Mousinho, advogado de defesa.

A defesa de Irlan e Denisvaldo afirma que a inocência dos dois será provada. “As imagens de câmeras de segurança são bem claras. Nada comprova nos autos que ele participou dessa empreitada criminosa”, sustentou Eraldo Lino, advogado de Denisvaldo.

O crime

José Fernando foi assassinado dentro de uma casa de câmbio, no dia 3 de abril de 2018, no bairro da Ponta Verde. Segundo a denúncia, os executores – Irlan Almeida e Denisvaldo Bezerra – chegaram ao local, renderam os funcionários e seguiram para a sala onde os sócios conversavam.

Fernando foi executado na frente do sócio em um suposto assalto. Após investigações, a Polícia Civil descobriu que na realidade a vítima foi assassinada a mando de Sinval por conta de uma dívida de R$ 600 mil. SABIA MAIS AQUI.

O crime foi registrado por câmeras de monitoramento e chocou amigos do sócio. Ainda segundo a investigação, os executores teriam recebido cerca de R$ 30 mil. Denisvaldo foi preso em Maceió e Irlan em Salvador.

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Matéria referente ao processo nº 0708031-07.2018.8.02.0001

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