A CBF divulgou na noite da última terça-feira o conteúdo de áudio na conversa sobre o lance capital para definir o empate em 1 a 1, no conturbado Sport x Vasco do último domingo, pela 35ª rodada da Série B. São cerca de quatro minutos de conteúdo na conversa em torno da penalidade marcada pelo árbitro FIFA Raphael Claus, com o auxílio da equipe de arbitragem de vídeo.
Chama a atenção o fato de que a decisão partiu do Auxiliar do VAR na cabine, Herman Vani, que não tem a chancela da FIFA, após o responsável pela operação do VAR ter corroborado com o árbitro de campo, a priori, na interpretação sobre o contato entre o goleiro Saulo e o atacante Alex Teixeira.
Na primeira parte do diálogo a respeito do lance, a primeira voz que se pronuncia na cabine é do árbitro de vídeo do jogo, Rodrigo Amaral, que tem a chancela da FIFA, assim como Claus, que representará o Brasil no Mundial do Catar, em novembro. Rodrigo, inicialmente, concorda com o árbitro de campo e aponta para uma simulação do atacante Alex Teixeira do Vasco. “Ele já dobra a perna, aí ele já está dobrando a perna. Quando chega (o goleiro Saulo, do Sport), ele só toca a bola. Claramente, ele (Alex Teixeira) dobra a perna buscando simular o penal.”
Só então, o AVAR questiona sobre a interpretação de Rodrigo Amaral e aponta para o choque entre Saulo e Alex Teixeira, apontando que o toque na bola pelo atacante teria acontecido anteriormente ao encontro com o goleiro. “Não tem um contato do goleiro com o pé? Chega na bola ?”. E depois se posiciona para revisão do lance pelo VAR. “Pega na bola primeiro, Rodrigo.”
Em seguida, ao rever o lance, Rodrigo Amaral passa a concordar com o colega. “Tem o pé ali? Aí chega. Então, tem penal.” E sugere ao árbitro Raphael Claus que também reveja o lance na cabine à beira do gramado. De prontidão, ao rever as imagens, Claus demorou 24 segundos para mudar de opinião, ao rever o lance de dois ângulos diferentes, e optou por marcar a penalidade, sem aplicar cartão amarelo para o goleiro Saulo. “Ok. Para mim, está claro.”