Foi descartada a hipótese de que o menino de 2 anos e 7 meses que sofreu queimaduras pelo corpo sofreu abuso sexual. Quem confirma é a assessoria do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, onde o menor foi submetido a exames sexológicos na tarde de ontem (20).
O primeiro resultado divulgado não trazia informações sobre marcas de agressões desta natureza, mas conseguiu detectar várias lesões por queimadura e algumas lesões contusas, além de algumas cicatrizes antigas. As lesões foram identificadas no tórax anterior, posterior e dorso, pálpebra direita, coxa direita, região glútea esquerda até região perineal, pé direito e teriam sido causadas por cigarro.
Apesar da ausência de evidências físicas não é possível descartar que além dos maus-tratos o menino não tenha sofrido abuso sexual, já que outras práticas como toques ou esfregações, que não deixariam marcas, são exemplos desse tipo de crime.
Agora, o menor segue internado no Centro de Tratamento de Queimados e sua situação é estável. Ele está sendo acompanhado por uma tia paterna que entrou em contato com o Conselho Tutelar, após a mãe perder o direito de estar com a criança, já que ela estaria mantendo contato com o companheiro, suspeito de ter causado os ferimentos no menino.
O indivíduo, que não teve a identidade divulgada, foi preso nesta sexta-feira (21).
O caso
Na última terça-feira (18), um menor de 2 anos e 7 meses foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE), depois de ser transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins com queimaduras e hematomas pelo corpo.
Policiais militares da base comunitária do conjunto Osman Loureiro, no bairro do Clima Bom, recebeu denúncias de maus-tratos feitas por populares e acionaram o Conselho Tutelar da 7ª Região. A mãe e o padrasto da criança disseram que o menino teria sofrido um acidente envolvendo água quente em uma panela. O mais chocante é que o suposto acidente doméstico teria acontecido um dia antes e até aquele momento nenhum atendimento médico havia sido fornecido ao menor.
A mãe e o padrasto foram ouvidos pela Polícia. A genitora teria relatado aos militares que havia deixado a criança aos cuidados de seu companheiro e saiu para trabalhar. Quando retornou viu as marcas no corpo do filho.
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Estado de saúde
O último boletim médico emitido pelo HGE na manhã desta sexta-feira, 21, não traz mudanças a respeito do estado de saúde da criança.
BOLETIM MÉDICO
Menor vítima de queimaduras
Atualizado em 21/10, às 9h.
O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, informa que o menor A. H. S. A., de 2 anos, permanece no Centro de Tratamento de Queimados e seu quadro de saúde é estável. Ele foi admitido nesta terça-feira (18), às 18h55, vítima de ferimentos por escaldadura (líquido quente). Sofreu queimaduras de segundo grau em 11,5% do corpo, nas regiões inguinal, do glúteo, dorso e coxa.