De delator do mensalão aos tiros contra a PF: conheça a trajetória de Roberto Jefferson

O comportamento do ex-deputado federal Roberto Jefferson ao resistir, no último sábado (23), a um mandado de prisão foi mais um capítulo de uma história política conturbada. Ele reagiu à abordagem de policiais federais com tiros de fuzil e granadas que atingiram agentes que tentavam cumprir o mandado.

Veja, a seguir, momentos marcantes da trajetória de Roberto Jefferson:

  • Roberto Jefferson é advogado e ex-deputado federal. Ele começou a carreira na política no início dos anos 1980.
  • Em 2005, Jefferson ganhou notoriedade por ser o delator do mensalão, esquema de corrupção pelo qual também foi condenado.
  • Foi eleito sete vezes para o cargo de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Jefferson também tentou ser prefeito do RIo, nas eleições municipais de 1988, mas não foi eleito após receber pouco mais de 60 mil votos.

 

Roberto Jefferson chega ao Rio após ser preso — Foto: Reprodução/TV GloboRoberto Jefferson chega ao Rio após ser preso — Foto: Reprodução/TV Globo

  • Como parlamentar, Roberto Jefferson integrou a chamada “Tropa de Choque” de Fernando Collor de Mello, ex-presidente do Brasil que teve o mandato impugnado após denúncias de corrupção. Na época, Jefferson foi um dos 38 parlamentares que se opuseram à abertura do processo de impeachment.
  • Quando foi delator do mensalão, Jefferson admitiu ter recebido R$ 4 milhões através do esquema criminoso. Em 2012, foi condenadocassado e preso, com pena de 7 anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
  • Em 2015, após quase 15 meses preso, ele ganhou o benefício de cumprir o restante da pena em regime aberto.
  • Roberto Jefferson voltou a ser preso em agosto de 2021desta vez no inquérito das milícias digitais.
  • Ele é investigado por participar de milícias digitais e de atividades de uma organização criminosa que estaria agindo para atentar contra o Estado Democrático de Direito.
  • No mesmo mês, a Procuradoria-Geral da República apresentou outra denúncia contra Jefferson, pelos crimes de homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra o patrimônio.
  • Em janeiro de 2022, a prisão preventiva de Roberto Jefferson foi substituída por prisão domiciliar.
  • Também neste ano, ele tentou ser candidato à Presidência da República pelo PTB, mas, por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de candidatura. Desta forma, Jefferson indicou Padre Kelmon como substituto.
  • Até então desconhecido, Kelmon atuou como linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro durante os debates no primeiro turno.
  • No último sábado (22), em um ato de campanha, Bolsonaro elogiou Kelmon. “Obrigado por existir. Eu chamo de padre que caiu do céu”, disse Bolsonaro.
  • A aliança entre Jefferson e Bolsonaro é explícita desde o pleito de 2018, mas, em 2022, Jefferson intensificou a campanha a favor de Bolsonaro.
  • Jefferson e Bolsonaro são conhecidos de longa data. A relação entre os dois chega a quase duas décadas. Os dois se conhecem desde, pelo menos, 2003, quando Jefferson contratou Eduardo Bolsonaro, então com 18 anos, para ser seu assessor
  • Após Roberto Jefferson resistir à prisão no domingo, o presidente Jair Bolsonaro tentou se desvincular de seu aliado afirmando que não tinha nenhuma foto sequer com o criminoso. Apesar disso, registros no Palácio do Planalto dizem o contrário.
  • Além de sua atuação na política brasileira, Roberto Jefferson tem três filhos e já apresentou programas de televisão.
Fonte: G1

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