Após períodos intensos e tensos de campanha eleitoral, nesta terça-feira (1º) começa novembro, mês de Copa do Mundo. Na Rua Francisco Bicalho, no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, enfeitada com bandeirinhas do Brasil e balões coloridos de verde e amarelo, a expectativa é que o país dividido nas urnas se junte para torcer pela Seleção na disputa dentro de campo, no Catar, a partir do dia 21.
“Tenho minhas dúvidas, o pessoal ainda leva muito para o lado da política, mas espero que sim. O futebol também tem o seu lado social. Muita gente fala que é só um jogo, mas para muitos brasileiros é uma das poucas oportunidades de brincar com amigos, de se reunir com familiares. Na minha opinião, não é só um jogo”, disse o engenheiro Júlio César Silva Freitas, de 26 anos, responsável pela decoração.
Enfeitar a rua para a Copa do Mundo já é uma tradição na Francisco Bicalho, mas, neste ano, a decoração gerou polêmica, porque alguns moradores associaram as cores dos adereços à campanha de um dos candidatos à Presidência da República. A organização chegou a pendurar uma faixa com os dizeres: “Não é política, é Copa”.
Depois, a decoração ainda foi alvo da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que anunciou a proibição de instalar objetos em postes e outros componentes da rede elétrica devido ao risco de acidentes. Os moradores acabaram entrando em acordo com a estatal.
“Como proibiram de amarrar nos postes da Cemig, eu instalei uns postes de eucalipto e eles mesmos fizeram a troca de lugar”, contou.
rua vai representar Minas Gerais em um concurso nacional de decorações para a Copa do Mundo. Com a proximidade do torneio, Júlio espera que as pessoas entrem cada vez mais no clima da festa.
“Acho que a euforia vai abaixar dos dois lados (adversários na política). Esse clima de guerra vai passar e a gente espera que comece o clima de futebol”, disse Júlio.
Na Francisco Bicalho já está escrito: agora, é rumo ao hexa.