A Fifa enviou uma carta para todas as 32 seleções classificadas à Copa do Mundo de 2022 pedindo para que mantenham o foco no esporte e deixem o futebol de fora de “todas as batalhas ideológicas ou políticas que existem”. O Catar, país-sede do torneio, é alvo de críticas por conta de leis homofóbicas e polêmicas trabalhistas nas construções do evento.
De acordo com a emissora britânica Sky Sports, a qual teve acesso ao documento, o pedido é assinado pelo presidente da entidade máxima do futebol, Gianni Infantino, e pela secretária-geral, Fatma Samoura.
“Por favor, vamos focar no futebol! Sabemos que o futebol não vive no vácuo e estamos igualmente cientes de que existem muitos desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo. Mas, por favor, não permita que o futebol seja arrastado para todas as batalhas ideológicas ou políticas que existem”, diz um trecho da carta.
Para Infantino, o ideal é prezar pelo respeito por todas as opiniões e crenças, sem adotar tom educacional. “Uma das grandes forças do mundo é a sua diversidade e se a inclusão tem algum significado, isso passa por ter respeito por essa diversidade. Nenhum povo, cultura ou nação é melhor do que outra”, diz outro trecho.
Equipes como França, Inglaterra e Alemanha já se comprometeram com a utilização de braçadeiras de seus capitães nas cores do arco-íris, numa iniciativa de debater questões relativas aos direitos dos trabalhadores e direitos humanos no Catar até o Mundial. A Dinamarca foi além e usará um uniforme inteiro da mesma cor como forma de protesto.
O país do oriente médio tem leis punitivas contra a comunidade LGBTQIA+ e sofre denúncias de abusos nas relações trabalhistas, principalmente nas construções do evento. Infantino ainda assegurou que “qualquer pessoa será bem-vinda ao Catar”. As relações homossexuais são proibidas por lei no Catar. As penas podem variar entre um a 10 anos de prisão. Vizinhos da sede da próxima Copa do Mundo, Arábia Saudita, Sudão e Irã são países que punem homossexuais até com pena de morte.
