Vão desmaiar em campo? Brasil levará vantagem? O que os jogadores estão falando sobre o calor escaldante da Copa do Qatar

FIFA.com

Faltando poucos dias para o início da Copa do Mundo 2022, um assunto vem pautando as entrevistas coletivas dos jogadores: o escaldante calor do Qatar, país-sede do Mundial.

Na última quinta-feira (17), por exemplo, a reportagem da ESPN esteve em eventos de mídia das seleções de Inglaterra e França, e a alta temperatura foi um tema abordado com ênfase.

Os ingleses, por exemplo, treinaram às 12h30 (horário do Qatar, 6h30 do Brasil) no estádio do Al-Wakhra, com o termômetro marcando 33º C. Com o sol a pino, porém, a sensação térmica era de mais de 40º C.

Na entrevista após o trabalho, o zagueiro Conor Coady abusou do bom humor para falar do tema, dizendo que prefere o tempo quente do Qatar às chuvas britânicas.

“O treino de hoje foi longo e cansativo, não vou mentir. Mas era algo que precisávamos como time para entender o que vamos encontrar (na Copa do Mundo)”, salientou.

“Para ser sincero, estou até gostando (do calor). Está uns 32º C agora, mas está tranquilo. […] Em casa, nós não temos isso, pois geralmente está frio e chovendo (risos)”, brincou.

Questionado se gostaria que o técnico Gareth Southgate alterasse os horários dos treinos para mais tarde, o defensor preferiu não reclamar.

“Estamos querendo nos preparar bem para o que virá nas próximas semanas. Não posso falar pelos outros países, mas nós estamos treinando duro para caramba”, bradou.

“Então, o horário do treino fica a critério do treinador. Ele e a comissão conversam e decidem o que fazer. Nós estamos aqui para encarar o que vier pela frente. O que o técnico decidir, está decidido. A nós, cabe treinar da melhor forma”, argumentou.

“No Brasil também foi muito quente”

Outro jogador que foi questionado sobre o calor na quarta-feira foi o atacante Olivier Giroud, da França.

Entrando na disputa de sua 3ª Copa do Mundo, o centroavante admitiu que a temperatura no Qatar está “sufocante” no momento, com a estratégia da Fifa de mudar a data do Mundial para o inverno do Oriente Médio não tendo adiantando grande coisa.

No entanto, o veterano também ressaltou que esse não será o 1º Mundial disputado no calor forte.

“Agora (na hora da entrevista) já é meio da tarde e ainda está uns 30º C. A temperatura é sufocante. Não estamos treinando muito em horários depois do almoço, pois é complicado”, observou.

“Mas, em 2014, na Copa do Mundo do Brasil, nós jogamos uma partida às 13h [França x Nigéria, pelas oitavas, em Brasília] e estava muito mais de 30º C. Então, não será a primeira vez que enfrentaremos um calor forte”, recordou.

O Brasil terá vantagem? Jogadores não acreditam

Em coletiva nesta semana, o lateral-direito Danilo, da seleção brasileira, foi questionado se acha que os jogadores sul-americanos levarão vantagem em jogar no forte calor do Qatar, já que estão acostumados com altas temperaturas em seus países de origem.

O jogador, no entanto, discordou e afirmou não ver qualquer tipo de ganho para o Brasil ou qualquer outro país da América do Sul com as altas temperaturas.

“Eu, sinceramente, não vejo diferença. Claro que nós, sul-americanos, principalmente, quando jogamos eliminatórias, estamos mais acostumados com temperaturas mais altas. Mas as outras seleções também têm formas de se adaptar. Acho que essa vantagem não existe. Vai ter que jogar para caramba para ganhar, não vai ter jeito”, opinou.

Vale ressaltar que o Brasil vem se preparando para o Mundial na cidade de Turim, na Itália, com muito frio.

Nos últimos dias, a temperatura vem sendo de no máximo 11º C, mas com sensação términa ainda menor.

Estádios terão controle de temperatura

Cabe lembrar ainda que sete dos oito estádios da Copa do Mundo do Qatar terão inovadores sistemas de controle de temperatura.

O objetivo é manter a sensação em 20º C, resfriando principalmente as áreas do campo de jogo e das arquibancadas através de um moderno sistema desenvolvido pela Qatar University.

Segundo Saud Abdulaziz Abdul Ghani, professor de engenharia da universidade e um dos criadores do sistema, os atletas e fãs não sentirão o calor qatari em nenhum momento.

Para isso, são usados diversos dutos de ar condicinado alimentados através de energia solar, que resfriam o gramado e as cadeiras da arquibancada.

“Nosso sistema resfria apenas as áreas com pessoas, que são o campo e as arquibancadas. Pelo formato, os estádios atuam como barreira, o que cria uma ‘bolha de frio’ no interior”, explicou.

“Nossa técnica de circulação de ar resfria o ambiente, filtra o ar e o empurra aos jogadores e torcedores. Cada estádio será refrigerado a uma temperatura conforável de 20º C, e ainda com um sistema comprometido com sustentabilidade e respeito ao meio-ambiente”, discursou.

A única arena da Copa que não possui esse sistema é o Estádio 974, mas por um bom motivo: ele foi construído usando 974 contêineres e, por isso, tem diversos espaços de ventilação natural.

Depois do Mundial, inclusive, o estádio será inteiro desmontado, deixando de existir.

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