O Partido Progressistas (PP) e o Republicanos anunciaram não concordar com a ação do PL, de Valdemar Costa Neto (imagem em destaque), que pede a anulação de votos de determinadas urnas no segundo turno da eleição presidencial. A medida das duas siglas mostra um racha na base dos partidos que apoiaram a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). As três legendas formaram a coligação para a campanha do atual presidente.
O PL alega que a eleição não foi vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas, sim, por Bolsonaro.
O presidente interino do PP, deputado Cláudio Cajado (BA), também demonstrou contrariedade às investidas do PL contra as urnas. “Não fui consultado, e eles falavam em nome do PL, e não em nome da coligação”, declarou.
Cajado administra interinamente o PP – em substituição a Ciro Nogueira, que atualmente exerce o cargo de ministro da Casa Civil.
Antes, o Republicanos também havia rechaçado a ação do PL.
“Não fomos consultados. Reconheci o resultado publicamente às 20h28 do dia da eleição”, disse o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), ao jornal O Estado de S.Paulo.
A ação protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está em nome de toda a coligação de Bolsonaro, da qual PP e Republicanos fazem parte. Alexandre de Moraes, presidente do TSE, determinou a aplicação de multa e, enquanto ela não fosse paga, o bloqueio das contas das três legendas.
O Republicanos e o PP vão entrar com um recurso para excluir seus partidos do bloqueio. “Será protocolizado hoje ainda”, afirmou Pereira. “Faremos em conjunto”, completou Cajado.
“Se o chefe da transição pelo atual governo é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, e que já praticou os atos da transição, sim, claro [que o PP reconhece o resultado da eleição]”, disse Cajado, ao explicar que Ciro Nogueira comanda a transição e, por isso, já teria reconhecido a vitória de Lula.