A Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes abriga até dezembro a mostra “Reminiscências”, com trabalhos de Pedro Caetano produzidos entre 2013 e 2021, que tem como objetivo marcar os 10 anos de sua primeira exposição individual. As obras flertam com questões de memórias, transitoriedade e vivências afetivas. “Desdobramentos dos desenhos de observação de paisagens, figuras e pessoas do convívio dão vida às pinturas que faço”, revela o artista. A curadoria da exposição fica por conta de Caroline Gusmão. As visitações poderão acontecer de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17 horas, com entrada gratuita.
A palavra reminiscência remete à etimologia latina e pode ser traduzida como “imagem lembrada do passado; o que se conserva na memória, sinal ou fragmento que resta de algo”. A mostra contém 20 telas reunidas por meio de uma unidade visual, representada através de uma aparência mais intimista. Reminiscências também conta com um vídeo com imagens da sua primeira mostra– “Na Janela do Olhar”, realizada em 2012 na Fundação Pierre Chalita, e narração de Caroline Gusmão, agora sua curadora e responsável pelo primeiro texto curatorial do artista.
A nova instalação é recheada de simbolismo, tanto por celebrar sua primeira década de trajetória em exposições, quanto por ser realizada na Galeria de Arte do CESMAC, onde ele se formou em Arquitetura. Revela ainda a evolução do seu processo artístico. “A arte sempre esteve presente na minha vida. Desde criança eu desenhava e lembro com muito orgulho que esse foi o motivo pelo qual escolhi a arquitetura como profissão. Comecei a pintar de verdade no último ano da faculdade em 2008, de lá pra cá não parei mais”. Sua pintura é baseada muito em sua intuição e percepção, de maneira autodidata. “Embora eu tenha feito alguns cursos livres de desenho, logo no início, mas a partir daí meu trabalho foi caminhando de uma maneira muito empírica”, revela.
“Na obra de Pedro, a memória afetiva se faz presente pela fricção entre a adição e a subtração das formas, pela expansão e contração das cores”. Para o artista, este trabalho é recheado de simbolismo, tanto por celebrar sua primeira década de trajetória em exposições, quanto por ser realizado na Galeria de Arte do CESMAC, onde ele se formou em Arquitetura.
“Os temas elegidos pelo olhar-memória de Pedro surgem à vista através de camadas e camadas de tinta densa sobrepostas, técnica conhecida como empasto”, analisa Caroline. “O observador é convidado a percorrer visualmente a intimidade da pele das imagens, estando estas ocultas pelo volume da tinta ou delineadas através das ranhuras que não raramente deixam entrever as cores anteriormente utilizadas e dormentes sob a superfície final”. Suas obras são feitas em tinta acrílica sobre tela, geralmente em grandes dimensões. “Essa técnica de criar um baixo relevo nas telas através das ranhuras e raspagens que eu vou fazendo acaba por se transformar numa maneira de criar um desenho dentro da pintura”, afirma ele.
O vice-reitor da instituição, Douglas Apratto, comentou sobre o que a exposição representa para o Cesmac. “A retomada das nossas atividades após dois anos de fechamento imposto pelo Coronavírus é realmente muito importante. Com certeza é uma grande oportunidade de reabrir nossa galeria e de levar para o público alagoano uma exposição de muito valor artístico”, analisa Douglas.
Ainda para a curadora, o artista tem o mérito de somar à visualidade artística, robustez e significância criativas junto à seriedade da pesquisa envolvida em seu processo de maturação conceitual e produção visual. “Assim como estão para o presente as memórias do passado, na obra de Pedro Caetano o visto, o não visto e o imaginado se apresentam simultaneamente”, revela Caroline Gusmão. “Ao celebrar estes 10 anos de pintura em exposições, a história da arte alagoana agradece e brinda ao sucesso e à continuidade de sua carreira artística”, conclui.
Pedro Caetano vem apresentando suas obras em mostras coletivas desde 2008 tanto em Maceió, quanto em outras capitais como Fortaleza e São Paulo. Também já possui no currículo seis exposições individuais – a primeira “Na janela do olhar” ficou em cartaz na Fundação Pierre Chalita em 2012; dois anos depois ocupou o Divina Gula com o trabalho intitulado “Exposição Divina”. Sua terceira mostra foi “Ranhuras” em 2015, no qual conseguiu expor em Maceió e Fortaleza. Já em 2020, no meio da pandemia, estreou a exposição “Diálogos urbanos” no Complexo Cultural do Teatro Deodoro, e teve suas obras espalhadas em outdoors pela cidade e um tour em 360º online das telas. Em 2022, além da mais recente individual “Reminiscências ”, participou das exposições coletivas “RetroExpectativas”; também na Galeria Cesmac de Arte; “Coleção Alagoas: Novas Aquisições”, do BNB Cultural, e do projeto “Velas Telas”; e está com alguns de seus trabalhos expostos no novo espaço Conexão Maceió Shopping – Carajás. Lembrando que ”Reminiscências” segue em cartaz na Galeria Fernando Lopes, podendo ser conferida de segunda a sexta-feira, das 08h ao meio-dia e das 14h às 17 horas, na Rua Cônego Machado, bairro do Farol, S/N. O público também poderá saber mais sobre o artista através do seu site www.caetanopedro.com e/ou pelo Instagram @caetanopedro.apc .
REMINISCÊNCIAS, de Pedro Caetano
Onde: Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes
Endereço: R. Cônego Machado – Farol, S/N, Maceió
Horário de Visitação: de segunda à sexta-feira de 08h às 12h | 14h às 17h
Agendamento de escolas e instituições: (82) 3215.5094 / extensao@cesmac.edu.br
Entrada gratuita