Uruguai e Gana voltam a fazer um confronto decisivo pela Copa do Mundo. Doze anos depois do Mundial de 2010, na África do Sul, Luis Suárez, personagem central daquela partida, irá reencontrar o rival das quartas de final.
O tempo passou, o artilheiro fez história no Barcelona, conquistando títulos e idolatria, passou pelo Atlético de Madrid, voltou a atuar com a camisa do Nacional, clube que o revelou no Uruguai, mas o ‘ódio’ que o país africano nutriu pelo craque desde a partida na África do Sul segue intacto.
Gana quer vingança
A partida marcava 1 a 1 no Estádio Soccer City. No final, o atacante uruguaio usou a mão e impediu o gol de Gana. O pênalti foi marcado, Suárez foi expulso e, na cobrança, Asamoah Gyan carimbou a trave. Após a prorrogação, os sul-americanos avançaram nos pênaltis.
Enfrentar o Uruguai na partida que vale a vaga para uma das seleções no grupo H é motivo especial para Mohammed Salisu. O zagueiro de Gana, que tinha apenas 11 anos em 2010, vai a campo buscando fazer justiça para seu país.
“Creio que as pessoas estão esperando por esta partida por conta da vingança. Eu também estou esperando por esta partida. Tenho que lutar pelo meu país. Sou parte da vingança. Quando jogamos contra o Uruguai naquela Copa do Mundo, fomos a melhor seleção africana, aquela que chegou mais longe. Ter isso na cabeça me inspira. É uma honra representar o meu país e estou muito orgulhoso”, disse o defensor antes mesmo do início do torneio no Qatar.
Sem remorso, Suárez diz que não deve desculpas
Às vésperas do confronto com Gana, Suárez foi questionado por um jornalista ganês sobre o ocorrido em 2010. O atacante revelou que não deve desculpas a ninguém e minimizou o possível clima de revanche da partida.
“Na primeira vez, não pedi desculpas por aquilo, a bola na mão. O jogador de Gana perdeu o pênalti, não eu. Eu posso me desculpar por uma falta, por machucar um companheiro, ser expulso. Me desculpo. Nessa situação, eu fiz um pênalti, que foi dado, mas não é culpa minha. Eu não perdi o pênalti. Ele (Gyan) disse que faria a mesma coisa. Não foi minha responsabilidade.”
“Não parei para pensar. Não creio, as vezes podem interpretar mal. Revanche? Muitos deles tinham oito anos, nem lembram o que passou. Outros tinham 12, nem viram. Falam que sou o diabo, essas coisas… Não se pode mal interpretar. Jogamos agora com Portugal e falaram de revanche de 2018? Não. São 12 anos, coisa do passado”, afirmou.