As danças que a seleção brasileira usou para comemorar seus gols contra a Coreia do Sul, na goleada por 4 a 1, podem até ter incomodado pessoas como Roy Keane, ex-jogador do Manchester United. Mas, para quem como ele achou “desrespeitoso” como ele, uma má notícia: elas não vão parar.
Raphinha afirmou com todas as letras, após a classificação às quartas de final da Copa do Mundo: “Problema é de quem não gosta, a gente vai continuar fazendo”. Antes mesmo do Mundial começar, aliás, o atacante havia revelado que o Brasil já tinha mais de dez danças ensaiadas para comemorar.
Diante dos sul-coreanos, as comemorações seguiram um “protocolo” similar. Após os gols, todos os jogadores do Brasil se reuniram, abraçaram-se e, em seguida, um quarteto formado por Neymar, Lucas Paquetá, Vinicius Jr. e Raphinha se destaca. Eles conversam brevemente e… dançam.
A primeira coreografia escolhida nesta segunda-feira (5) foi a do “Pagodão do Birimbola”, do grupo “Os Quebradeiras”, uma das febres do momento no Tiktok. A definição acontece ali em campo mesmo, mas o ensaio começa antes, com vídeos compartilhados entre os atletas na concentração.
“No dia a dia, a gente envia vídeos e, ali dentro, a gente só fala: ‘vai ser aquela’. Todo mundo já sabe, e acaba saindo”, explicou Paquetá, um dos “expoentes” da dança na seleção brasileira.
“Isso é um grupo que está feliz por fazer o gol, alegre por conquistar a vitória, o objetivo. Cada um comemora do seu jeito. Única coisa é respeitar”, completou ele, ressaltando a discordância com a opinião de Keane, que viu desrespeito dos brasileiros contra os sul-coreanos.
“A dança é o símbolo, simboliza a alegria de marcar o gol. A gente não faz para desrespeitar, a gente não vai na frente de adversário, não fazemos nada. A gente se reúne, pode olhar, todos estão ali. E a gente comemora, é o nosso momento, nós fizemos o gol, o Brasil comemora. Se ele não gosta, não tenho muito o que fazer por ele. Se a gente fizer o gol, a gente vai continuar comemorando.”
Até mesmo Tite entra na dança. Literalmente. Após o gol de Richarlison, o terceiro do Brasil contra a Coreia do Sul, o técnico arriscou os passos da “Dança do Pombo”, cercado pelos jogadores do banco de reservas do Brasil – um pedido dele justamente para não parecer estar despeitando os rivais.
“A gente tenta se adaptar às características do grupo dos atletas. Eles são bastante jovens, e eu tenho que me adaptar um pouco à linguagem deles. Eles têm a linguagem da dança”, explicou o treinador, que revelou que, antes da “Dança do Pombo”, tentou acompanhar os atletas em outra coreografia nos bastidores, do “Grupo Molejo”, mas achou difícil demais.
“Essa aí (do Pombo) posso fazer parecido, mas bem ruinzinho. Aí falei, se fizer, pode fazer que eu vou dançar”, complementou Tite, revelando o “trato” que foi feito na preleção. Ele seguiu falando do cuidado para que sua comemoração não soasse como desrespeito a Coreia do Sul.
“Sempre vão ter os maldosos que vão falar que foi desrespeito. Aí pedi para os atletas me esconderem um pouco. Eu sei da visibilidade, tem muita câmera, e eu não queria que tivesse outra interpretação que não fosse a alegria pelo gol, pela equipe, pela performance, pelo desempenho, pelo resultado, e não um desrespeito ao adversário, como não é. Mas não deu para esconder.”
Na próxima sexta-feira (9), nas quartas de final contra a Croácia, às 12h (horário de Brasília), o Brasil já tem, inclusive, a favorita para ser a próxima coreografia dos gols: a da música “Aquecimento Senta Senta Suave”, que é uma parceria de Buarque, amigo de Vinicius Jr., e Kevin O Chris (veja abaixo).
“Se Deus quiser, até a final, tem bastante dancinha para sair”, brincou Vinicius Jr., em entrevista ao Casimiro.