Raphinha finalizou cinco vezes ao gol na goleada de 4 a 1 do Brasil sobre a Coreia do Sul. Ninguém em campo chutou mais que ele, que, ainda assim, foi o único entre os titulares do ataque da seleção a sair do Estádio 974 sem ter ainda balançado as redes na Copa do Mundo.
Após o jogo, o atacante do Barcelona admitiu que tem ficado “ansioso” para conseguir seu primeiro gol. Segundo ele, nada que mexa com sua cabeça, mas há algo que é impossível negar: não há no Brasil alguém vivendo um Mundial de tantos “extremos” quanto Raphinha no Qatar.
Segundo números do Trumedia, banco de dados exclusivo dos canais ESPN, o jogador de 25 anos lidera o Brasil na Copa em seis estatísticas relevantes, como finalizações e dribles certos. Por outro lado, é o pior de todo o time em outras quatro, incluindo chances desperdiçadas e bolas perdidas.
Em finalizações, por exemplo, com as cinco contra a Coreia, Raphinha chegou a um total de oito na competição. É uma a mais do que as sete do trio Neymar, Vinicius Jr. e Richarlison. É ele também quem mais acertou o alvo nesses chutes, seis vezes, mas não conseguiu marcar em nenhuma.
Richarlison, por exemplo, é o segundo do Brasil em chutes certos, mas já balançou as redes três vezes, tendo apenas um chute defendido pelo goleiro, na partida contra a Coreia do Sul.
O “copo meio cheio” da Copa de Raphinha continua no número de chances claras criadas, com três, mais do que qualquer outro companheiro; nos dribles, seja completados (4) ou não (15 no total), superando até Neymar no quesito; cruzamento certos (5) e ainda desarmes no ataque (4).
Já na outra ponta das estatísticas, ninguém do Brasil perde mais a bola do que Raphinha, que foi desarmado 52 vezes, seis a mais de quem mais se aproxima dele, Neymar, com 46.
Ao menos tempo que tem o maior número de chances claras criadas, ele é quem mais as desperdiçou na seleção e foi também quem mais errou os dribles que tentou, perdendo a bola 11 vezes. Completa o “copo meio vazio” a pior marca do Brasil em cruzamento errados, com 16.
Desde a estreia contra a Sérvia, Raphinha teve que responder na zona mista com os jornalistas sobre ansiedade para o gol e como fica sua cabeça, já que, na ocasião, ele também teve chances para marcar. A resposta seguiu o mesmo tom das oitavas de final, valorizando mais a vitória do grupo do que qualquer possível destaque negativo (ou mesmo positivo) do lado individual.
Para manter a cabeça tranquila, aliás, algo que Raphinha não faz é assistir futebol durante a Copa do Mundo, preferindo séries ou filmes a ver Lionel Messi ou Kylian Mbappé desfilando em campo.
A próxima chance para Raphinha marcar e tentar deixar seu copo mais cheio do que vazio nesta Copa será na próxima sexta-feira (9), contra a Croácia às 16h (horário de Brasília), no Estádio Cidade da Educação, valendo vaga entre as quatro melhores seleções do Mundial.