Apesar de ter alcançado a final na última Copa do Mundo, a Croácia alcançar a semifinal em 2022 é uma surpresa para muitos, incluindo até seu técnico, Zlatko Dalic.
Nesta terça-feira (13), a equipe entra em campo contra a Argentina no Estádio Lusail às 16h (de Brasília) tentando alcançar a decisão pela segunda vez na sua história. Dessa vez, porém, o time está modificado.
Do grupo de 26 atletas que foi ao Qatar, somente 8 estavam presentes na Copa em 2018, sendo que apenas 4 dos titulares da época seguem começando as partidas no Mundial atual.
Antes da classificação contra o Brasil, o técnico Zlatko Dalic já falava que o time de 2022 não pode ser comparado ao antecessor, pois ainda necessita de tempo para amadurecer.
“Essa é uma nova seleção. Temos 18 novos jogadores que não estavam na última Copa do Mundo. Não podemos estabelecer nenhuma comparação. Em 2018, era uma seleção que jogava há 10 anos junta. E estavam nos melhores clubes. E essa não é a situação atual. Precisamos ter tempo para amadurecer”, disse.
“Estar entre as oito melhores do mundo é muito bom. Mas os últimos seis jogadores que temos aqui e os 18 novos… não podemos fazer nenhuma comparação. A nossa nova seleção ainda precisa se provar, mas a Copa é uma excelente oportunidade. Quando falamos de seleção, acho que 2018 tínhamos um time mais prestigioso”, completou.
De fato, diferentemente da última Copa, quando nomes como Ivan Rakitic e Mario Mandzukic eram figuras de peso nos elencos de Barcelona e Juventus, respectivamente, o time atual possui jogadores mais jovens e que atuam até mesmo em clubes da própria Croácia, como Dinamo Zagreb e Hajduk Split.
Mandzukic, porém, segue no grupo, mas cumprindo uma função diferente, como auxiliar na comissão técnica. Algoz do Brasil, Bruno Petkovic falou sobre a influência do ex-atacante no time atual.
“Ele não fala muito, mas ele me deu algumas dicas que vou deixar guardar para mim. O mais importante que ele me passou foi ter calma. Eu lembro da semifinal de 2018. Na Croácia, foi surpreendente. Eu estava muito próximo da preparação. Eu acho que a fundação desse time começou em 2018, chegamos depois disso”, afirmou no último domingo (10).
Melhor meio-campo da história
A renovação, porém, traz fatores novos ao time de Dalic. Um dos setores que mais manteve atletas foi o meio-campo, que teve a adição de Mateo Kovacic, reserva em 2018, e mudança de esquema, tendo apenas 3 nomes na sua composição.
Ainda assim, o setor é um dos que mais chama a atenção na competição. Apesar de ter um Luka Modric mais ativo defensivamente do que na criação, Marcelo Brozovic se destaca pela rodagem que tem dado, sendo o atleta que mais quilômetros percorreu em todo o torneio.
Destaque do time, o lateral-direito Josip Juranovic se derreteu pelo trio atual que atua no setor em coletiva no último domingo (10), chegando a arrancar risadas dos jornalistas presentes no local por sua sinceridade.
“Eu acho que eles formam o melhor trio (Kovacic, Brozovic e Modric) de meio da história da Croácia. E não sei se podem ser superados por alguém. Quando você passa a bola para eles, é mais seguro que ter seu dinheiro no banco. Tudo fica mais fácil quando você joga com eles. É um privilégio fazer parte e aprender com eles. É difícil comparar. Temos muita motivação de fazer a nossa nação orgulhosa. Sei que é o mesmo com o time argentino. Somos um país pequeno com um grande coração”, avaliou.
Goleiro que mantém a ‘tradição’
Se Danjiel Subasic não era um nome mundialmente conhecido em 2018, seu sucessor, Dominik Livakovic, começa a chamar a atenção em 2022. Titular do Dinamo Zagreb, o grandalhão era reserva na última Copa, mas mantém o legado do seu antecessor.
Nas oitavas e nas quartas, o camisa 1 igualou Subasic com maior número de defesas de pênaltis nas disputas em Copas (4). Contra o Brasil, ele fechou o gol com incríveis 11 defesas que pararam nomes como Neymar, Richarlison e Vinicius Jr.
O melhor dos dois mundos na defesa
O goleiro Livakovic só não brilha mais que um nome croata no setor defensivo: Josko Gvardiol. O zagueiro do RB Leipzig chama a atenção de clubes como Chelsea e Real Madrid desde antes da Copa. Ao lado do experiente Dejan Lovren, o jovem destaque traz segurança aos seus colegas.
“Eu joguei contra ele e perdi. Ele tem um grande impacto. Ele puxa todo mundo para cima. Ele vai ter uma grande carreira”, disse Juranovic.
Com jovens adições ainda sem muita badalação, além de veteranos que podem estar escrevendo seu último capítulo com a seleção croata. Basta saber se conseguirão igualar (ou até mesmo superar) o feito da geração passada.