Marrocos é uma das maiores surpresas da história das Copas. Primeira seleção africana a chegar em uma semifinal, a equipe encara a França nesta quarta-feira (14), às 16h (de Brasília) para chegar ainda mais longe.
O time de Walid Regragui, porém, tem outra curiosidade desde o início do torneio: a marca de time com mais naturalizados desta Copa do Mundo.
Ao todo, 14 dos 26 convocados pelo treinador não nasceram em território marroquino. Aliás, o próprio Regragui é um dos não nascidos no país que compõem o grupo.
Dentre os naturalizados, 1 nasceu na Itália (Walid Cheddira), 1 no Canadá (Yassine Bounou), 2 na Espanha (Munir Mohamedi e Achraf Hakimi), 3 na Bélgica (Selim Amallah, Ilias Chair e Bilal El Khannous), 4 na Holanda (Noussair Mazraoui, Sofyan Amrabat, Hakim Ziyech e Zakaria Aboukhlal) e 4 na França (Romain Saiss, Amine Harit, Sofiane Boufal, além de Walid Regragui), rival desta semifinal.
Em meio a muitos questionamentos sobre o sentimento de africanismo da seleção marroquina, seja pela descendência arábe do país ou pelos naturalizados, Regragui diminuiu este fato e reafirmou o quanto o time se sente orgulhoso em ser o primeiro do continente a chegar neste estágio do torneio.
“Sim, nasci na França, é uma honra, um prazer enfrentar a França. Mas eu sou o técnico do Marrocos, enfrentando o melhor time do mundo. Não importa o rival, importa chegar a final. Como técnico, não importa o rival, sou técnico de futebol, foco em vencer. Se fosse a Inglaterra, seria o mesmo. Que desafio é maior que enfrentar o melhor time do mundo? É bom você se testar”, disse em coletiva pré-jogo.
“Sempre falo a meus jogadores, quando enfrentamos a Bélgica, tínhamos jogadores nascidos na Bélgica, é diferente, mas nós somos Marrocos, representamos Marrocos”, completou, lembrando da vitória por 2 a 0 sobre os belgas na fase de grupos.
Para a torcida marroquina, o fato de ter muitos atletas que nasceram em outro país não importa. É o caso de Sofiane Alami, de 28 anos.
“Não tem problema. Desde que você tenha laços afetivos com o Marrocos, pode ter nascido em qualquer país. Quando coloca a camisa da seleção, todos somos marroquinos”, afirmou ao ESPN.com.br.
Mohamed Berrada, de 41 anos, falou sobre as experiências que viveu na França para falar sobre o sentimento que os jogadores atuais possuem ao vestir a camisa do Marrocos.
“Eu nasci em Marrocos, mas passei alguns anos da minha vida na França, isso significa que eu conheci muitos marroquinos fora do país. E eles amam o país. Eles escolheram Marrocos, eu não consigo explicar o sentimento deles em jogar por Marrocos, é como um sonho, é fantástico para nós”, finalizou.
Melhor defesa do torneio, invictos até aqui e primeira seleção africana em uma semifinal: Marrocos já fez muito na Copa do Qatar. E quer seguir escrevendo essa história contra a França nesta quarta.