O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (14) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para o Brasil retomar relações com a Venezuela.
“Presidente também me instruiu que restabelecesse relações com a Venezuela. Faremos a partir do dia 1º, enviando num primeiro momento um encarregado de negócios para retomar prédios que temos lá, residências e reabrir a embaixada. E, posteriormente, vamos indicar um embaixador também para junto ao governo Venezuelano”, afirmou Vieira.
O futuro chanceler disse que Lula pediu para ele trazer o Brasil de volta à cena internacional. “Ele [Lula] disse que o Brasil esteve ausente durante muito tempo e que a política que deveria ser implementada durante o governo dele deveria ser uma política de reconstruir pontes”, explicou.
Vieira disse que as pontes precisam ser restabelecidas com:
- os países vizinhos sul-americanos
- com a América Latina em geral
- com a África
- Estados Unidos
- China
- União Europeia
“Nós queremos com esses países ter uma relação intensa, produtiva, mas equilibrada, uma relação soberana”, disse, ao se referir sobre os Estados Unidos, China e países da União Europeia.
Retorno a órgãos internacionais
Mauro Vieira também afirmou que o Brasil voltará a órgãos que tinham sido ‘abandonados’, como Celac e Unasul.
“O presidente [Lula] me orientou a retomar participação em alguns fóruns, como Celac e Unasul. Teremos uma volta a esses organismos, mas com um olhar novo pois o mundo mudou. Teremos um olhar novo, construtivo, sempre baseado na solidariedade com os países latino americanos e visando a cooperação entre países em desenvolvimento”, disse Vieira.
Vieira também disse que o Lula vai na reunião da Celac no ano que vem.
OCDE
Questionado se o Brasil continuará com o processo de adesão à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Vieira afirmou que vai avaliar.
“É um processo que já vem, que está adiantado. Vamos avaliar. Eu tenho certeza que há pontos muito positivos, importantes, que serão examinados e avaliados. Eu terei reuniões ainda sobre esse aspecto.”
A intenção do Brasil aderir à OCDE começou no governo Temer e se tornou uma prioridade do governo Bolsonaro. Em janeiro, a OCDE fez o convite oficial para que o Brasil negociasse a entrada na entidade e, em outubro, o governo entregou um memorando inicial sobre o grau de alinhamento das legislações, das políticas e das práticas nacionais do Brasil aos padrões estabelecidos pela organização em 32 diferentes áreas.
Mercosul
Vieira falou também sobre o acordo Mercosul-União Europeia. Disse que vai se inteirar sobre a situação das negociações, mas que o governo eleito pretende que o acordo avance.
“É um acordo muito importante, vamos retomar os contatos, saber como estão as negociações e creio que haverá um horizonte melhor, tendo em vista a política para meio ambiente já anunciada pelo presidente Lula, creio que isso pode destravar uma série de dificuldades”, avaliou o futuro ministro
“Faremos o que for possível para avançar [com o acordo]”, complementou.