O Brasil era o grande favorito para vencer a Copa do Mundo 2022. No entanto, o técnico Tite e a equipe canarinho cometeram um erro fatal no jogo contra a Croácia, pelas quartas de final, e pagaram muito caro por isso.
Essa é a opinião do ex-atacante Jürgen Klinsmann, atual chefe do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa.
Em evento neste sábado (17) em Al-Rayyan, no Qatar, o alemão fez um resumo dos aspectos mais marcantes do Mundial e revelou que achava que a seleção brasileira faturaria o Hexa na competição.
Klinsmann elogiou muito o time verde-e-amarelo, citando inclusive que ele tem características marcantes tanto de Argentina quanto de França, as duas equipes finalistas da Copa.
No entanto, a lenda alemã salientou que a falta de concentração do Brasil nos minutos finais da prorrogação contra a Croácia acabou cobrando seu preço, com o elenco de Tite levando um gol a quatro minutos do apito final por ter pensado que “já estava com a missão cumprida” em campo.
Em seguida, veio a derrota nos pênaltis, com o time destruído psicologicamente pelo baque do gol de Petkovic em um contra-ataque, depois que sete atletas brasileiros subiram ao campo de ataque e depois não conseguiram fazer a recomposição defensiva.
“Para mim, o Brasil era o meu grande favorito para esse torneio, e creio que eles poderiam ter chegado à final. O time teve um desempenho muito bom, mas perdeu a concentração e o foco no finalzinho do jogo (contra a Croácia)”, salientou Klinsmann.
“É aquela coisa que os técnicos dizem: ‘Faça o 2º gol e mate o jogo’. Mas o Brasil ficou confortável demais em um momento, só esperando o apito final. Eles pensaram que já tinham concluído a missão”, seguiu.
“Individualmente e coletivamente, o Brasil foi muito bem. A pressão alta deles me impressionou. Até mesmo o Neymar estava marcando! Nos dados que coletamos, a velocidade de recuperação de bola do Brasil é algo impressionante, nível top 3 da Copa, algo fantástico. Mas, em um momento (contra a Croácia), o time se sentiu seguro demais e concedeu um gol em contra-ataque”, lembrou.
“Claro que todos ficaram em choque (com a eliminação), mas o Brasil tinha todas as características dos times que estarão na final de amanhã”, complementou.
Ex-treinador do Arsenal e atual chefe de Desenvolvimento Global de Futebol da Fifa, o francês Arsène Wenger também destacou que a pressão psicológica em cima do Brasil é muito grande nos torneios importantes, já que é sempre esperado que o time seja campeão.
“Essa Copa do Mundo mostrou que a pressão em cima dos times favoritos é muito grande, mas é especialmente intensa em cima do Brasil. Mesmo jogadores com a experiência de Thiago Silva ou Neymar podem sucumbir a isso”, ressaltou.
“Para mim, uma das marcas desse torneio foi ver como os times jogam os últimos 10 minutos sob pressão. Às vezes, eles se recusam a jogar, e em muitas ocasiões você acaba sendo punido por isso”, complementou.