Jovem morre horas após ‘ato de bondade’ no trabalho e comove colegas: ‘Último ato’

Jovem morre em horas após ‘ato de bondade’ no trabalho e comove colegas — Foto: Reprodução

Um jovem, de 22 anos, se ‘despediu’ dos colegas de trabalho com uma ação que surpreendeu a todos horas antes da própria morte, em um acidente de trânsito na Rodovia Anchieta. Conforme apurado pelo g1 neste sábado (17), Álvaro Dantas Bosquê comprou sorvete para todos da sala em que trabalhava, em uma empresa de engenharia e sistemas de automação em Cubatão (SP).

Álvaro, que pilotava uma motocicleta, foi atingido por um caminhão na altura do km 60 da citada rodovia. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMR), por motivos ainda desconhecidos, o rapaz teria pedido o controle da direção e caído. A morte do jovem foi constatada no local.

Segundo chefe e amigo do jovem, Wellington Rodrigues, de 34 anos, a atitude, que agradou os colegas, foi tomada de forma inusitada. “Após o almoço, [o Álvaro] levantou repentinamente e disse que ia comprar picolé para todo mundo da sala. Saiu, foi até a rua e voltou com um monte de picolé. Parecia que estava fazendo seu último ato de bondade”.

De acordo com o coordenador dos setores de engenharia e construção, Álvaro era muito proativo. “Sempre parava o que estava fazendo para ajudar ao próximo”, relata, lembrando que o jovem era destaque na empresa e tinha sido promovido a assistente de projetista mecânico há menos de três meses. “Começou a ter mais contato com a parte que ele desejava“.

Estudante de Engenharia Mecânica, Álvaro dizia ‘estar no lugar certo’. “Com desafios novos e na área que ele estava se formando”, afirma Wellington, descrevendo o colega como ‘humilde, educado, prestativo e honesto’. “Virtudes que não se compram, vem de berço”.

Amigo de Álvaro há dez anos, Fábio Santana de Freitas concorda com as descrições dadas por Welligton. “Foi luz por onde passou, conquistou cada um que esteve ao seu redor”, afirma.

Fábio conta que criou uma relação de irmandade com o jovem, que não se apagará com sua partida. “O legado que ele deixou foi de muito amor verdadeiro, sentimento fraterno, honestidade e de muita alegria para quem estava com ele. Sou eternamente grato por tê-lo conhecido”.

Família
Além dos laços criados em forma de amizade, Álvaro deixou marcas eternas para aqueles com quem tinha vínculos sanguíneos. Ainda muito abalada com a morte precoce do jovem, a família busca conforto nas boas memórias.

Representando os tios de Álvaro, Marco Aurélio Bueno Catarino diz que a vida se resume no antes e depois dele, pois sua morte deixou um grande vazio. “Veio para nos alegrar e ensinar a sermos mais passivos uns com os outros. Nos deixou como relâmpago, de uma forma inexplicável, mas, como o relâmpago, nos deixou a luz”, lamenta.

O engenheiro civil Eduardo Bosquê Catarino fala que o primo ainda tinha muitos sonhos para serem realizados, mas um era o principal. “Terminar a faculdade e sair mundo afora fazendo obras junto comigo”. Para Eduardo, o primo, que também era “irmão, amigo, confidente e parceiro”, sempre morará em seu coração.

O tio Jailson Sousa Dantas diz que o sobrinho era um jovem simples, educado, calmo e carinhoso com a família. “É um vencedor e muito amado”, ressalta. A tia Sandra Dantas concorda, lembrando ainda que Álvaro sempre se fazia presente em eventos familiares. “Vamos sentir saudades”.

Edivaldo Araújo Dantas relata que tem lembranças da infância do sobrinho, enquanto a tia Maria Aparecida Araújo Dantas afirma que a memória que carregará dele é de “rosto brando e sorriso suave” com características de delicadeza, sensibilidade e tranquilidade.

Considerada ‘tia de coração’, Valéria Trockembrock Moreira Craveiro enfatiza que o jovem foi exemplo de filho e amigo. “Seu sorriso ficará para sempre em nossos corações”. Já a tia Margarida Maria Araújo Dantas, lembrará do sobrinho como “um menino meigo, de boa conduta e excelente educação”.

João Marcos Neri da Silva Santos, de 27 anos, diz que além de cunhado, Álvaro era como um irmão. “Creio que os finais de semana, viagens, jantares e almoços em família não serão do mesmo jeito”, lamenta.

As boas impressões do jovem chegaram até os sogros da irmã. “Agradecemos a Deus e a Virgem Maria pelo tempo de convivência com o Álvaro”, disse o casal Marcos Roberto Santos da Silva e Roseli Neri da Silva Santos.

O amigo da família, Gabriel Torres Sá, lembra que Álvaro estava sempre sorrindo e de bem com a vida. “Vou guardar as boas memórias”, enfatiza. As irmãs Carol, Camila e Karina Dantas da Cunha, afirmam que a vida do primo foi marcada por alegria e amor. “Amaremos eternamente”.

Já Rafaelle Bosquê de Paula Reis diz que o estudante de Engenharia foi um dos “melhores presentes que a família ganhou”, pois o primo trouxe ensinamentos de uma vida mais leve e alegre. “Está em paz e coberto de luz”, afirma, dizendo que a ligação entre eles agora passa a ser somente o amor.

Outra prima, Isabelle Lima Cacau fala que coleciona lembranças da infância que os dois tiveram juntos. “É e sempre será um primo maravilhoso”, afirma. Vinicius Calazans diz que Álvaro foi uma das melhores pessoas que conheceu, pois tem um “coração gigante”. Desta forma, se intitulou como um eterno fã do primo.

 

Fonte: G1

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