Uma das competições mais tradicionais do atletismo da América Latina, que em 2022 chega a sua 97ª edição, a Corrida Internacional de São Silvestre, que será realizada no dia 31 de dezembro, em São Paulo, contará com a participação de dois atletas da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (ADEFAL). Na categoria ‘Atletas Cadeirantes’, irão representar Alagoas os competidores Carlos Antônio Guedes do Nascimento e Givaldo Augusto dos Santos, que embarcam para a capital paulista no dia 29.
Praticante de esportes paralímpicos desde 2007, Carlos Antônio começou na Adefal no basquete em cadeira de rodas, mas depois passou para o atletismo, participando de diversas provas. O atleta, que participou da São Silvestre pela primeira vez no ano passado, já fez história na competição.
“Eu sempre vi a São Silvestre pela televisão. Cada vez que assistia, eu me motivava mais. Via que era uma prova charmosa, diferente de todas as outras. Todo mundo falava da ‘subida da brigadeiro’. Eu queria participar e passar por ela. Fiz campanhas, consegui a cadeira especial e realizei o meu sonho ano passado e já fiquei em segundo lugar”, lembrou Carlos.
O atleta já vislumbra um resultado ainda melhor na 97ª edição da São Silvestre. “A minha expectativa para a prova é das melhores. Minha meta principal, o meu desafio é, mais uma vez, subir no pódio e trazer mais uma vitória pra nosso estado e para a Adefal”, destacou Carlos.
Já Givaldo, que começou a competir em 2017, também obtém bons resultados nas provas em Alagoas e outros estados brasileiros, até com a utilização de cadeiras de uso diário. Os resultados passaram a ser ainda melhores após conseguir a cadeira específica para corridas. Essa não é a primeira vez que Givaldo irá para a São Silvestre. O atleta participou da competição em 2021 e, assim, como Carlos, também fez história e ficou na quinta colocação. Ele também falou sobre suas expectativas para a prova.
“A minha expectativa, dessa vez é subir ao pódio. Na última edição terminei a prova em 5° Lugar. Esse ano vou focado e cada vez mais determinado a subir ao pódio. Com certeza, darei o meu melhor para buscar esse resultado”, frisou Givaldo.
Para seguir fazendo história na São Silvestre, os atletas passam por uma rotina de treinamento, desde o início do ano, na academia com o fortalecimento da musculatura na parte superior, além dos treinos na pista de atletismo e na corrida na rua, na qual chegam a correr, em média, de 15 a 20 km em cada treino realizado na parte alta de Maceió, no Tabuleiro.
Desafios do esporte paralímpico em Alagoas
Mesmo com bons resultados, medalhas, conquistas e o reconhecimento lá fora, ambos os atletas lembram que ainda há muitos desafios a serem superados no esporte paralímpico no estado, sobretudo por conta da falta de apoio de realizadores das provas, do poder público, dos empresários e da sociedade alagoana.
“Nós, paratletas alagoanos, precisamos de apoio por parte deles. Apoio que hoje temos por parte de uma academia e da Adefal. Sabemos que se a instituição tivesse a ajuda de outras pessoas, teria condições de ajudar mais ainda os nossos atletas paralímpicos”, concluiu Givaldo.
Carlos Antônio lembrou algumas das necessidades dos atletas diante da rotina de treinos e competições. “Estamos precisando de patrocinadores, apoiadores para a compra de pneus e suplementos esportivos como, por exemplo, os que utilizamos a academia e nos ajudar na preparação”, finalizou o atleta.