Mulher que financiou transporte e hospedagem de envolvidos em ataque bolsonarista em Brasília é presa no RJ

Operação deflagrada nesta segunda-feira (16) também apura participação dos alvos nos atos golpistas em frente a quartéis e em atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições. Entre os presos está o bombeiro militar do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior.

Uma mulher de 48 anos, identificada como Elizângela Cunha Pimentel Braga, se entregou à Polícia Federal, em Campos dos Goytacazes, na noite desta segunda-feira (16), após uma operação contra suspeitos de organizar e financiar atos terroristas em Brasília.

Reprodução redes sociais

Elizângela Cunha Pimentel Braga, se entregou à Polícia Federal, em Campos dos Goytacazes

Ela compareceu à delegacia acompanhada da defesa. Segundo as investigações, a mulher, que é da cidade de Itaperuna, recebeu doações que foram repassadas para os moradores de Campos que estavam acampados em Brasília. O g1 tenta contato com a defesa de Elizângela.

A Polícia Federal diz que provas demonstram que os três alvos do pedido de prisão financiaram o transporte e a hospedagem de bolsonaristas do Norte Fluminense que foram para Brasília participar dos ataques terroristas aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro.

A PF tenta descobrir quem estava nos ônibus e vans que levaram moradores do Norte Fluminense para participar dos atos no Distrito Federal. Para isso, as equipes vão analisar celulares, computadores e anotações colhidas na casa da Elizângela durante a Operação Ulysses.

Na manhã de segunda, a Polícia Federal prendeu o bombeiro militar do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos. Ele é um dos três alvos de mandados de prisão da operação Ulysses.

A PF ainda procura pelo terceiro alvo da operação, Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC. Ele é apontado como líder da Direita Campos. Com prisão preventiva decretada, ele já é considerado foragido. Carlos esteve em Brasília, e a PF investiga se ele foi uma das pessoas que invadiram o Supremo.

Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC, é considerado foragido  — Foto: Reprodução/TV Globo Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC, é considerado foragido — Foto: Reprodução/TV Globo

Operação

A operação Ulysses, deflagrada nesta segunda-feira em Campos dos Goytacazes, também apura a participação dos alvos na organização de atos golpistas em frente a quartéis e de bloqueios de vias em atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições na cidade.

Foram apreendidos diversos celulares, notebooks, pen drives, além de documentos durante a operação.

O bombeiro que foi preso foi encaminhado para o Grupamento Especial Prisional da corporação, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Já a mulher que se entregou foi levada para o presídio feminino em Campos.

Além disso, entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estava Jorge Luiz Machado Garcia, que foi chamado para depor na delegacia da PF em Campos. Ele é suspeito de participar do bloqueio das rodovias depois da eleição e de estar no acampamento em frente ao quartel do Exército na cidade.

As pessoas que foram presas já vinham sendo investigadas desde 2022 apontadas, segundo a PF, como lideranças envolvidas nos atos que bloquearam rodovias em Campos, no ano passado.

Os suspeitos são apontados por associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.

Na ocasião, terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os criminosos quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.

No mesmo dia e na segunda (9), mais de 1,8 mil pessoas foram detidas – e 1,3 mil permaneceram presas.

A PF apura, ainda, atuação de outras pessoas na organização e financiamento dos atentados. Na terça-feira (10), a corporação prendeu Ana Priscila Azevedo, filmada participando dos atos, e que é apontada como uma das organizadoras dos ataques.

Também foram detidos o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, aliado de Bolsonaro (PL), e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Fábio Augusto. Ambos foram presos por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Fonte: g1

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