O bolsonarista extremista Alan Diego dos Santos, preso por tentar explodir um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília, na véspera de Natal, foi transferido de Mato Grosso para o Distrito Federal na noite desta quarta-feira (18). O avião que trouxe o acusado chegou ao DF por volta das 21h30.
Após o pouso, ele foi ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do DF, para passar por exame de corpo de delito. Em seguida, foi encaminhado para a carceragem da corporação.
Alan dos Santos estava foragido desde o atentado e se entregou na delegacia de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, na terça-feira (17). Além do atentado, ele é suspeito de participar do quebra-quebra promovido por bolsonaristas em Brasília no dia 12 de dezembro, quando um grupo tentou invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram carros, ônibus e fecharam vias.
Segundo o delegado Leonardo Cardoso, responsável pela investigação, o preso era um dos líderes do movimento antidemocrático e “uma das pessoas que se mostrava mais disposta aos atos de vandalismo”.
Denúncia aceita pela Justiça
Alan é réu junto com Washington de Oliveira Sousa e Welligton Macedo de Souza, desde o dia 10 de janeiro passado, quando o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília atendeu denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a partir das investigações da Polícia Civil.
O trio é acusado de envolvimento na tentativa de explosão do artefato instalado em um caminhão-tanque, nos arredores do aeroporto de Brasília. À época, a Polícia Militar foi acionada após o motorista do caminhão perceber o objeto estranho no veículo.
Segundo a denúncia, Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza montaram o artefato e entregaram o material para que fosse colocado no caminhão de combustível por Wellington Macedo.
Os réus vão responder na Justiça pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e multa.
No entanto, o Ministério Público considera que é preciso aumentar a pena em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo depósito de combustível.
Já as acusações de atos de terrorismo vão ser enviadas para a Justiça Federal, instância competente para analisar se estão configurados crimes contra o Estado Democrático de Direito.