O Ministério da Saúde informou que 13 agentes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) viajarão nesta segunda-feira (23) para Boa Vista (RR) para reforçar o atendimento ao povo indígena Yanomami.
Com mais de 370 aldeias e quase 10 milhões de hectares que se estendem por Roraima, pela fronteira com a Venezuela e pelo Amazonas, a terra indígena Yanomami enfrenta uma crise na saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, os 13 agentes vão atuar em um hospital de campanha na região.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças Yanomami morreram na região em razão do avanço do garimpo ilegal no local. As causas da morte são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia.
Além disso, ainda segundo o ministério, ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome na região.
Condição ‘desumana’
O presidente Lula esteve na região no último sábado (21) e afirmou ser uma condição “desumana” a vivia pelos indígenas Yanomami.
“Se alguém me contasse que em Roraima tinham pessoas sendo tratadas dessa forma desumana, como vi o povo Yanomami aqui, eu não acreditaria. O que vi me abalou. Vim aqui para dizer que vamos tratar nossos indígenas como seres humanos”, declarou o presidente na ocasião.
Ao lado de Lula a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que o governo Jair Bolsonaro deve ser responsabilizado por ter permitido que a situação na região se agravasse.
“Precisamos também responsabilizar o governo anterior por ter permitido que essa situação se agravasse ao ponto de a gente chegar aqui e encontrar adultos com peso de criança, e crianças em uma situação de pele e osso”, disse a ministra.