Júri de acusados de participar da morte do cabo Gonçalves deve continuar nesta quarta (25)

Começou na manhã desta terça-feira, 24, o julgamento de cinco réus envolvidos na morte de José Gonçalves da Silva Filho, o cabo Gonçalves. A ação está acontecendo no 1º Tribunal do Júri, no Fórum da Capital, no Barro Duro, em Maceió.

Reprodução TV Gazeta

Foto do documento de José Gonçalves da Silva Filho, o cabo Gonçalves, assassinado em 1996

Presidido pelo juiz Yulli Roter, da 7ª Vara Criminal da Capital, estão sendo julgados os policiais militares Daniel Luiz da Silva Sobrinho, Eufrásio Tenório Dantas, José Luiz da Silva Filho, Talvanes Luiz da Silva e Valdomiro dos Santos Barros.

O júri começou com a escolha dos jurados e a leitura do processo de mais 100 páginas. Depois iniciaria a fase de depoimentos.

De acordo com informações da assessoria do Tribunal de Justiça, a previsão é que o julgamento não seja finalizado hoje e precise ser retomado nessa quarta-feira (25).

O crime

O crime aconteceu em 9 de maio de 1996, em um posto de combustíveis na Avenida Menino Marcelo, no bairro do Antares, quando o então policial militar reformado foi emboscado e atingido por mais de 40 tiros de metralhadora e espingarda calibre 12, disparados por cerca de 12 homens, que fugiram em três carros. As investigações da época apontaram que o crime havia sido cometido pelo grupo conhecido como “Gangue Fardada”.

Os irmãos Marcos Antônio Cavalcante e o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante foram julgados por este crime em ação desmembrada dos outros envolvidos, por serem considerados chefes do grupo criminoso. O primeiro foi julgado e absolvido, enquanto o segundo foi julgado e condenado a 21 anos de prisão em regime fechado.

Alagoas24horasIrmãos Cavalcante vão a júri pela morte do ex-cabo Gonçalves

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De acordo com o depoimento de Cavalcante, a vítima, após se reformar da Polícia Militar, passou a trabalhar para o deputado estadual João Beltrão, praticando crimes, sobretudo homicídios. Após sofrer um atentado, teria atribuído ao até então seu chefe e passado a manter vínculos estreitos de amizade com o deputado estadual Francisco Tenório, o qual teria passado a lhe oferecer proteção.

Ainda segundo o ex-tenente-coronel, ao tomar conhecimento da proteção que a vítima e desafeto estaria recebendo de Francisco Tenório, resolveu solicitar a colaboração do deputado estadual, na época presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Antônio Albuquerque, a fim de solucionar aquele impasse, pois segundo João Beltrão, o cabo Gonçalves estaria vindo para Alagoas para assassiná-lo.

O ex-tentente-coronel Cavalcante disse ainda que Antônio Albuquerque articulou uma reunião em sua residência, em Limoeiro de Anadia, onde combinaram a execução do cabo Gonçalves, que seria atraído para a armadilha armada por Francisco Tenório e entregue para seu inimigo João Beltrão. No dia do crime, o cabo Gonçalves foi até a residência de Francisco Tenório, recebeu um vale para abastecer seu veículo no Auto Posto Veloz, e seu destino foi comunicado a João Beltrão para que fosse executado seu plano.

Em outubro de 2017, o Pleno do TJAL absolveu o deputado João Beltrão por falta de provas de sua participação no crime. Os desembargadores concordaram que o único indício contra o réu foi desfeito quando o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante mudou sua versão.

Além deles, Paulo Ney de Moraes e Jaires da Silva Santos, que foi absolvido, já haviam sido julgados pelo mesmo crime.

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