Uma estudante de psicologia, que teve a identidade preservada por conta da Lei de Abuso de Autoridade, foi conduzida, na tarde desta terça-feira, 24, à Central de Flagrantes, no bairro do Farol, após agredir um motoboy, que atua como entregador de delivery.
Informações preliminares dão conta que a acusada teria se irritado após o entregador se negar a subir até o apartamento para efetuar a entrega. A confusão se deu no hall do prédio, localizado na Rua Industrial Climério Sarmento, no bairro da Jatiúca.
Por meio das redes sociais, o motoboy publicou um vídeo onde aparece com o nariz sangrando e a acusada confessando que teria sido a autora da agressão.
Segundo ele, a cliente não quis informar o código de segurança do pedido pelo fato do entregador não subir até o apartamento para realizar a entrega. Sem o código, o pedido não poderia ser finalizado e a cliente ficaria com a comida sem pagar.
Após a repercussão do caso, diversos entregadores de delivery realizaram um protesto em frente ao edifício revoltados com a situação. Na sequência, eles acompanharam o colega de profissão até a Central de Flagrantes, onde o motoboy prestou queixa contra a acusada. Ela foi levada à delegacia por uma equipe da Força Tarefa para prestar esclarecimentos sobre o fato.
Segundo caso no mesmo dia – Um outro caso de agressão contra entregador da plataforma foi registrado na tarde desta terça-feira (24) em Maceió, em um empresarial na Pajuçara. Nesta segunda situação, a vítima entrou no prédio para fazer uma entrega e ao sair teria sido abordado de forma rude pelo vigilante do prédio, que o repreendeu por subir utilizando capacete, o que seria contra o regulamento do local.
O motoboy alegou, porém, que não havia sido informado sobre a necessidade de retirar o capacete e que não o havia feito também por estar com as mãos ocupadas. Os dois teriam discutido e o entregador acabou sendo agredido com um tapa no rosto.
Além disso, de acordo com informações do representante da categoria, Luciano Barba, o entregador teria sido coagido a apagar os vídeos que gravou após a confusão.
O vigilante foi conduzidos ao 2º DP, na Pajuçara, para prestar esclarecimentos e um Boletim de ocorrência foi confeccionado.
Em ambos os casos, após o registro do BO, as vítimas foram encaminhadas ao Instituto Médico legal (IML) para realizar exame de corpo de delito.
Agressões recorrentes – Os casos de agressões contra entregadores, tanto física quanto verbais, estão cada vez mais recorrentes, segundo o representante da categoria, Luciano Barba.
Ainda de acordo com Luciano, isso se dá pela falta de bom senso dos clientes. Ele explica que a plataforma não obriga o colaborador a subir até o apartamento do cliente e que fica a critério do entregador subir ou não, pois a responsabilidade se limita a deixar o pedido na portaria.
Ele alega ainda que devido aos episódios de agressões e abusos por parte dos clientes, muitos entregadores têm preferido deixar o pedido na portaria por ser um local que normalmente tem câmera de segurança e testemunhas.