Valdemar da Costa Neto poderá ser chamado a depor em investigação sobre minuta do golpe, diz novo diretor-geral da PF

Andrei Passos deu primeira entrevista desde que assumiu o comando da corporação. Na semana passada, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, disse também ter recebido documento com proposta para intervir na Justiça Eleitoral. Costa Neto seria chamado como testemunha.

Novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues afirmou que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, provavelmente será chamado a depor como testemunha no inquérito que investiga a minuta de golpe encontrada com o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres.

Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Andrei Passos, durante reunião na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados em setembro de 2016

“Provavelmente, eu não posso aqui cravar que isso acontecerá, provavelmente ele e qualquer outra pessoa que tiver informação ou relação com os episódios investigados pode ser chamado a ser ouvido na condição de testemunha para poder ajudar a esclarecer os fatos”, afirmou Passos, em entrevista ao blog.

A chamada minuta do golpe foi apreendida na residência de Anderson Torres em ação da PF. O documento era a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa na sede do TSE, com objetivo de mudar o resultado das eleições de 2022.Na sexta-feira (27), Costa Neto afirmou em entrevista ao jornal O Globo que diversos membros e interlocutores do governo Jair Bolsonaro tinham, em suas casas, propostas similares à “minuta do golpe”.

“Ele [Bolsonaro] nunca falou nesses assuntos comigo. Um dia eu falei: ‘Tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei.’ Ele falou: ‘Tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição’. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político”, disse Costa Neto em um trecho da resposta.

Novo comando da PF

Andrei Passos assumiu como diretor-geral da Polícia Federal em 2 de janeiro, antes dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ele foi responsável por coordenar a equipe de segurança de Lula durante a campanha eleitoral.

A atuação de Andrei Passos contra pessoas que ameaçaram a vida do então candidato, batendo de frente com a PF, e a experiência como coordenador nacional de segurança da Olimpíada do Rio 2016 o credenciaram para assumir o comando da corporação.

Entre as primeiras ações no comando da PF está uma varredura nos computadores da instituição, como informado pelo blog. A preocupação é de que agentes alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instalem programas espiões para monitorar o trabalho da nova equipe.

Fonte: g1

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