Quem costuma caminhar pela Avenida Maracanã, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, deve ficar atento ao passar em frente ao número 1.500, na esquina da Rua Radmaker. Um morador do prédio tem atirado bombas de fabricação caseira pela janela. Vizinhos dizem que por pouco ele ainda não causou um acidente grave.
Na última sexta-feira (27), uma câmera de segurança gravou pai e filha passeando com os cachorros na calçada, quando um objeto cai do alto do prédio e explode atrás deles. O objeto é uma espécie de bomba rudimentar, que foi lançada da janela de um apartamento.
Uma semana depois do ocorrido, pai e filha ainda tentam se refazer do susto, como contou o securitário Mauro Vidal.
“Estava a três passos da minha filha, ela um pouco atrás, andando um pouco mais lento. No que olhei para trás cheguei a ver caindo uma garrafa de álcool, vazia, mas com uma bomba dentro incandescente. Não tive nem como puxar minha filha. Só deu tempo de dizer: corre, corre, corre, é uma bomba. Ela deu três passos para a frente, a bomba explodiu. Ela ficou completamente chocada, abalada”, contou Vidal.
Depois do ataque, a família procurou a Polícia Civil. O caso foi registrado como arremesso ou colocação perigosa. O delegado responsável pela investigação disse que o suspeito já foi intimado e que ele deve prestar depoimento na próxima semana.
Moradores do entorno do prédio contam que essa não foi a primeira vez que o homem jogou um explosivo pela janela. Ainda segundo vizinhos, os ataques acontecem a qualquer hora do dia. E justamente por isso, muita gente tem evitado passar pela calçada, naquela região.
A geógrafa Georgia Moutella diz que tem medo de passar em frente ao prédio.
“A gente fica muito insegura, porque acontece a qualquer hora do dia, a qualquer momento”, disse a moradora.
Outra moradora, a securitária Luciana Ribeiro tenta prevenir outros vizinhos.
“Eu tive um cuidado muito grande para colocar nos grupos de mensagens do bairro, tentando prevenir que outras pessoas passassem por isso. Tem pessoas que já foram perseguidas por ele na rua, tem pessoas que dizem ter se mudado do prédio por causa dele”, disse Luciana.
Segundo a polícia, o suspeito pelos ataques foi identificado como Alexandre Zanier. A equipe do RJ1 tentou falar com ele, mas não conseguiu.
Vizinhos temem pela segurança de crianças que passam pela calçada para ir para o Colégio Estadual Soares Pereira. Eles dizem que é um risco, que um artefato desses machucar uma criança é grande.