A mulher de 26 anos que denunciou um radiologista por abuso durante um exame afirmou à polícia que o técnico trancou a sala e a obrigou a se excitar. Ele foi preso em flagrante. Ele nega as acusações.
A TV Globo teve acesso ao depoimento da paciente. Ela contou que inicialmente procurou a Clínica da Cidade, em Copacabana, para fazer apenas uma mamografia.
Por meio de nota, a rede Clínica da Cidade afirmou que lamenta qualquer episódio de violência contra a mulher e que o caso foi uma ocorrência isolada que está sob investigação. O estabelecimento afirmou ainda que ampara a paciente e que está à disposição das autoridades.
Segundo a vítima, ele a induziu a realizar um exame ginecológico também, dizendo que “o procedimento sairia de graça”.
Durante o exame, o médico disse que havia identificado “um cisto”, mas alegou que não estava enxergando um dos ovários e que, para conseguir visualizá-lo, a paciente precisaria se estimular sexualmente.
A mulher obedeceu, mas o radiologista dizia que ela “estava se tocando de forma errada” e falou que ele mesmo poderia fazer a estimulação. A paciente contou que, confiando no especialista, permitiu, mas percebeu que ele estava sem luvas.
Naquele momento, o médico perguntou “se ela estava gostando” e colocou uma cadeira atrás da porta.
Uma das recepcionistas tentou entrar no consultório. A paciente, notando que havia alguém do lado de fora, quis sair, mas ele a segurou pelo braço.
A recepcionista bateu novamente à porta, o médico abriu, e a paciente tentou fazer contato visual com ela, mas não foi notada. A jovem ainda digitou no celular “acho que ele abusou de mim” e mostrou para a recepcionista, mas ela “não esboçou reação”.
Ele a chamou novamente para a sala, dizendo que precisaria lhe entregar os exames. Ela negou e conseguiu escapar até a recepção, onde um amigo a aguardava. A vítima pediu que o amigo a acompanhasse até uma delegacia.
O radiologista ainda disse para que “as coisas fossem resolvidas ali mesmo”, mas ela foi até 12ª DP (Copacabana), onde relatou o caso.
O médico foi ouvido, na companhia de um advogado, e negou o abuso.
Ele foi preso em flagrante, mas a polícia representou pela prisão preventiva, que será analisada pela Justiça na audiência de custódia.
O radiologista vai responder por importunação sexual mediante fraude.
Martinho tem uma passagem na polícia por importunação sexual contra uma mulher que também teria sido abusada sexualmente dentro de uma clínica. O caso, que aconteceu em 21 de setembro de 2020, é investigado pela Deam do Centro.
Os profissionais ouvidos pela polícia disseram que ninguém acompanhou o procedimento porque a equipe é reduzida.
A vítima foi levada pelos policiais para o Instituto Médico-Legal e passou por exame de corpo de delito. Ela é uma brasileira que vive nos Estados Unidos e passa por uma temporada no país.
