Após se apresentar à Polícia, na tarde desta quinta-feira (09), o acusado de matar a pedradas a ex-namorada Marcelle Chistine Silva de Bulhões, de 44 anos, na madrugada de ontem, no Village Campestre, confessou o crime em depoimento e afirmou que os dois já vinham se desentendendo e terminaram há três meses de forma conturbada.
De acordo com o delegado Thiago prado, responsável pelo caso, o suspeito afirmou que se relacionava com a vítima há cerca de quatro anos e que Marcelle também mantinha uma relação com o ex-marido e, por causa disso, eles viviam em constante conflito.
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Ele teria contado também que na madrugada do crime, os dois estavam na residência de Marcelle e ele a agrediu. Ela teria se trancado dentro do quarto com o intuito de chamar a polícia e ele arrombou a porta do quarto para impedi-la.
Na tentativa de pedir socorro, a vítima correu para a rua gritando e tentou entrar no carro para fugir do agressor, ao contrário da primeira versão que veio à tona, que dava conta que o suspeito teria tentado colocar Marcelle à força dentro do carro.
O delegado explicou que, segundo o acusado, quando ela começou a gritar ele pegou a pedra que estava na rua e a atingiu na cabeça com o intuito de fazer com que ela parasse de gritar, pois temia ser preso. “Esse primeiro golpe foi suficiente para rachar a pedra ao meio. Não satisfeito, ele pegou uma parte da pedra rachada e desferiu mais dois golpes na cabeça da vítima, o que a levou a óbito”, detalhou Prado.
“Homicídio cometido a pedradas é um crime da idade média, algo frio e abominável e que demonstra a periculosidade e o grau de agressividade desse indivíduo”, completou.
O delegado afirmou ainda que não há indícios de que o crime foi premeditado. “Acreditamos que foi um crime de ímpeto, já que foi cometido em via pública.”
Após o crime, o acusado alega que foi até um canavial e lá permaneceu até hoje. Ele foi indiciado por feminicídio e deve passar por audiência de custódia amanhã.
De acordo com Prado, outras testemunhas serão ouvidas para tornar mais robusto o inquérito policial, que deve ser concluído na próxima semana e remetido ao Poder Judiciário.
Segundo os levantamentos da PC, Marcelle não chegou a prestar queixa contra o acusado.
Histórico de violência – O homem já possuía passagem pela Polícia por violência doméstica, cometido em 2018, por ofender, violentar e ameaçar a sua ex-companheira no município de Teotônio Vilela e chegou a ser preso pela Lei Maria da Penha.
O caso – Marcelle Chistine Silva de Bulhões, de 44 anos, foi brutalmente assassinada a pedradas, nas primeiras horas desta quarta-feira, 08 de Março, Dia Internacional da Mulher, no Conjunto Village Campestre, no bairro Cidade Universitária, parte alta da cidade.
A informação inicial era de que o principal suspeito era o ex-companheiro da vítima e a motivação teria sido ciúmes. No final de ontem, porém, o delegado Thiago Prado, que está à frente da operação, informou que o principal suspeito, na verdade, trata-se do último namorado de Marcelle e que ele estava inconformado com o término do relacionamento e foi até a casa da vítima na tentativa de fazer as pazes.
Segundo relatos de vizinhos, Marcelle foi tirada de dentro de casa pelo homem, que em seguida tentou coloca-la à força dentro de um carro. Aos gritos por socorro, Marcelle resistiu e o suspeito começou a agredi-la com pedradas no rosto.
A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada a uma unidade de saúde, mas em seguida não resistiu e morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche.
A Polícia Militar foi acionada às 01h14 da madrugada de quarta para conter a situação, mas quando os militares chegaram ao local a mulher já havia sido socorrida.