Reprodução simulada investiga morte de menino de 10 anos em Quebrangulo

Fato aconteceu em Agosto de 2021 e foi tratado inicialmente como suicídio

Reprodução

Bruno Henrique Rodrigues da Silva

A Polícia Científica (Polc-AL) realizou nesta quinta-feira, 16, a reprodução simulada da morte do menino Bruno Henrique Rodrigues da Silva, que morreu em circunstâncias suspeitas em Agosto de 2021, no município de Quebrangulo, no interior de Alagoas. A ação acontece a pedido do Ministério Público Estadual e do 69º Distrito Policial, que acompanham o caso.

A reconstituição aconteceu no local onde o corpo da criança foi encontrado dois anos atrás, no sítio Impueira, na zona rural.

Em um trabalho integrado, os peritos percorreram o local e reconstituíram o que teria acontecido naquele dia, com base nas versões apresentadas, a fim de identificarem os pontos de interesse pericial, materializando a ocorrência conforme exposição dos intimados.

A ação foi coordenada pelo perito criminal Carlos Robério e contou com a participação dos peritos criminais Camila Valença, Clisney Omena, Marcos Aurélio e do motorista do órgão, José Cabral.

Representantes do Ministério Público e do 69º Distrito Policial acompanharam a reprodução simulada, que contou também com o apoio da Polícia Militar.

Ascom Polc-AL

Reprodução simulada em Quebrangulo

O caso

No dia 10 de agosto de 2021, a Polícia Militar recebeu um chamado por volta das 8 horas da manhã, sobre um possível suicídio. Na época, familiares da vítima informaram que sentiram falta da criança e iniciaram buscas pela localidade. Após uma breve procura no terreno do sítio, a mãe encontrou o filho enforcado em um galpão onde funciona a vacaria da propriedade.

Ainda no relato, parentes disseram que retiraram a vítima do local e tentaram fazer uma reanimação, mas sem êxito. Em seguida, um vizinho acompanhado pela mãe da criança, levou o corpo para a casa sede do sítio, que fica a uns 27 metros do galpão, e lá, a vítima foi colocada em um dos quartos.

Essa movimentação descaracterizou a cena. Mesmo assim, no dia da morte, o perito criminal Carlos Robério realizou os levantamentos nos dois locais dos fatos, o que subsidiou o primeiro laudo.

À época, a Prefeitura de Quebrangulo emitiu nota oficial lamentando a morte de Bruno Henrique Rodrigues da Silva, que estava matriculado no 5º ano da Escola de Educação Básica Jovelina Saldanha da Cunha Lima

Investigação

Ainda que sendo um suposto suicídio, juridicamente se faz necessário a instauração do inquérito policial. E como surgiram dúvidas durante as investigações, principalmente em relação ao material usado pela criança para o enforcamento, o Ministério Público solicitou do delegado Oldemburgo Paranhos, presidente do inquérito, a reprodução simulada do caso.

“A principal suspeita foi em relação as cordas encontradas no local, para avaliar se esse tipo de material daria eficácia para que a criança conseguisse utilizar para auto-eliminação por asfixia mecânica. Além disso, a reprodução simulada serviu para dirimir dúvidas e esclarecer o fato”, explicou o perito Carlos Robério.

As versões foram verificadas no local, pelos peritos criminais designados, e serão analisadas para as devidas fundamentações técnicas e esclarecimentos que irão subsidiar o laudo pericial referente a reprodução simulada. Os materiais coletados na primeira perícia estão custodiados no Instituto de Criminalística de Alagoas e os peritos criminais designados vão elaborar o laudo pericial pertinente, cuja entrega está prevista para daqui trinta dias, salvo se houver necessidade de prorrogação de prazo para novas diligencias periciais.

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