‘Amigo’ que atraiu Sinezio está entre os envolvidos na morte do estudante, diz PC

O amigo ainda teria sido o responsável por descartar a moto utilizada pela vítima

As investigações sobre o assassinato do estudante de direito Sinezio Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, apontam que o ‘amigo’ que o chamou para fazer a troca de um chip, no Parque Caetés, no Benedito Bentes, está entre os envolvidos no sequestro e morte da vítima.

O delegado Igor Diego, responsável pelo caso, explicou que o ‘amigo’ teria trocado o chip propositalmente com o objetivo de entrar no aplicativo de WhatsApp de Sinezio e verificar se ele passava informações sobre o tráfico de drogas na região para a Polícia.

“Ele ficou com o chip do Sinezio e quando a vítima ligou para pegar o chip, ele disse que estava em uma região lá do Benedito Bentes, onde o Sinezio foi buscar o chip. Lá eles realmente se encontraram, trocaram os chips, conversaram e em seguida chegaram dois veículos com diversas pessoas dentro vestidas de policiais, dando voz de prisão por tráfico de drogas ao Sinezio e levando-o”, detalhou o delegado.

O delegado afirmou ainda que, o ‘amigo’ foi, inclusive, o responsável por esconder a moto da vítima, levando-a, com o auxílio do irmão, até o rio no distrito da Saúde, no Litoral Norte, onde o veículo foi encontrado totalmente submerso pela PC e Corpo de Bombeiros mais de 15 dias após o desaparecimento do estudante.

As apurações revelaram também que o ‘amigo’ teria pedido a ajuda de Sinezio para comprar as roupas de policiais. “O amigo teria solicitado o auxílio dele para comprar as roupas de policiais poucos dias antes do crime. O Sinézio o ajudou a fazer essa compra. Eles adquiriram estas vestes de polícia e as roupas foram usadas para praticar o crime contra Sinezio”, explicou o delegado.

Envolvimento com tráfico – As investigações apontaram que Sinezio tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região de Ipioca e Riacho Doce, mas que começou a perder espaço para uma facção criminosa e teve que se mudar da localidade no final de 2022 por estar recebendo ameaças.

“Além da disputa pelo tráfico, começou a haver a desconfiança de que Sinezio passava informações para a polícia depois que vários integrantes desta organização criminosa foram presos”, detalhou o delegado.

Até o momento, sete pessoas foram identificadas como as responsáveis pela morte do estudante. Na manhã desta sexta-feira (17), uma operação integrada entre as polícias Civil e Militar cumpriu mandados de prisão para três das sete pessoas envolvidas. As outras quatro continuam foragidas.

Entre estas sete pessoas, duas são apontadas como mandantes do crime, sendo que uma delas teria emprestado um veículo para a execução do plano, já que ele não poderia participar por fazer uso de tornozeleira eletrônica.

Os suspeitos que foram presos hoje serão encaminhadas ao Sistema Prisional da Capital. A Polícia Civil informou que as investigações continuam.

O caso – Sinésio Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, desapareceu na noite do dia 15 de fevereiro, ao sair para encontrar um amigo no Parque Caetés, no Benedito Bentes, e fazer a troca de um chip. No dia 16, após inúmeras tentativas de contato com o jovem, a família levou o caso à Polícia e as investigações foram iniciadas.

No dia 17 de fevereiro, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram buscas em uma região de mata em Ipioca e, sem seguida, no Benedito Bentes, mas não encontraram pistas.

Sequestro – Pouco mais de uma semana após o desaparecimento do estudante de direito Sinezio Ferreira da Silva Júnior, de 33 anos, a Polícia Civil passou a trabalhar com a hipótese de que o estudante havia sido vítima de um sequestro. Testemunhas teriam relatado à polícia que Sinézio havia sido colocado dentro de um carro por homens encapuzados na noite do dia 15 de fevereiro, quando ele desapareceu.

Posteriormente, as investigações apontaram que ele teria sido vítima do tribunal do crime por estar incomodando uma facção que atua na região.

No dia 03 de Março, a moto que Sinezio usava no dia do desaparecimento foi localizada em um rio no distrito de Saúde, no bairro de Ipioca, no Litoral Norte.

No dia 04 de março, um corpo foi localizado no Pontal da Barra e no dia 05 de março, a Polícia confirmou tratar-se de Sinezio Ferreira. Segundo a PC, o corpo foi encontrado com as mãos amarradas e um tiro na cabeça.

Processo por homicídio – Dias depois do corpo da vítima ser encontrado, veio à tona um processo que corre na Justiça contra Sinezio. O processo de número 0849644-49.2017.8.02.0001 mostra que Sinézio respondia pelo crime de homicídio, em caso ocorrido há 11 anos, no bairro de Ipioca, em Maceió.

De acordo com o processo, Sinézio poderia ter envolvimento com o crime fatal que vitimou Paulo Henrique dos Santos. Para o Ministério Público, ele teria contratado dois indivíduos para executar Paulo, que foi atingido por vários disparos de arma de fogo quando estaria em um bar. Segundo os autos, quando saiu do estabelecimento, Paulo foi atingido com um disparo na perna e, ao cair, foi morto com vários tiros.

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