O cuidado e o amor não contam cromossomos. O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado na próxima terça-feira (21), é uma data de conscientização global que tem como objetivo disseminar informações sobre a causa e promover a inclusão de todos os pacientes na sociedade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que cerca de 300 mil pessoas possuam a alteração genética no país.
Ao contrário do que muitos pensam, a síndrome de down não é considerada uma doença, e sim uma condição causada por um comportamento celular atípico que ocorre durante a divisão embrionária. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado e comprometimento intelectual. O psicólogo do Hapvida NotreDame Intermédica, Carol Costa, afirma que o desenvolvimento dos pacientes está ligado ao estímulo e incentivo que recebem.
“A importância do acompanhamento psicológico, inclusive para a família, ainda é pouco esclarecida. Entretanto, a psicoterapia tem o papel importantíssimo de orientar e acompanhar o progresso emocional, social e intelectual da pessoa com síndrome de down, auxiliando o paciente a entender suas emoções, em busca de uma saúde mental saudável”, destaca.
Cuidados dentro do ambiente familiar
Falta de informação, quebra de expectativa e sentimento de culpa ou medo. A família de uma pessoa com síndrome de down pode passar por diversas sensações antes mesmo do nascimento da criança.
“Durante as sessões de psicoterapia, trabalhamos para reforçar os laços familiares e treinar diversas habilidades sobre como lidar com este novo momento. Com as informações corretas é possível enfrentar os sentimentos negativos que possam surgir. Além disso, é importante trabalhar o desenvolvimento da autonomia da criança dentro do ambiente familiar, para que ela realize, com cuidado e responsabilidade, compromissos e atividades em casa, dentro dos limites que a síndrome impõe”, afirma o psicólogo.
Combate ao preconceito
A inclusão é uma forma de se adaptar às necessidades de uma pessoa com deficiência, e não ao contrário. Por isso, o psicólogo reforça que, assim como todas as outras pessoas, pacientes que possuem a alteração genética também precisam de carinho, cuidados com a saúde, ambiente acolhedor e alimentação adequada.
“É importante ter em mente que a pessoa vem sempre em primeiro lugar. Antes de citar uma deficiência, é importante dizer quem é o indivíduo primeiro. Pessoas com síndrome de down também estudam, namoram, trabalham, e se tornam adultos com direitos e deveres, como todo o mundo”, reflete o psicólogo.