A condenação de Leandro Boldrini, nesta quinta-feira (23), a 31 anos e 8 meses de prisão pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini definiu a situação do último dos quatro réus pelo crime. Além do pai, a madrasta segue presa, a amiga dela está no regime semiaberto e um dos réus está em liberdade condicional.
Bernardo tinha 11 anos quando foi assassinado em abril de 2014 na cidade de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O garoto recebeu uma superdosagem de sedativo e teve o corpo escondido em Frederico Westphalen, a 80 km do município onde vivia.
A mãe do menino já estava morta na época do crime – Odilaine Uglione cometeu suicídio em 2010. Já a avó materna, Jussara Uglione, morreu em 2017, antes do primeiro júri, em razão de complicações decorrentes de uma insuficiência cardíaca.
Veja a situação de cada condenado
Leandro Boldrini, pai: preso
Com a condenação de quinta-feira, Leandro passa a cumprir 30 anos e 8 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e mais 1 ano por falsidade ideológica. O pai de Bernardo está em prisão preventiva desde 2014 em Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Leandro chegou a ser condenado a 33 anos e 8 meses de prisão em 2019. No entanto, a sentença foi anulada após o Tribunal de Justiça considerar que houve quebra na paridade de armas entre acusação e defesa, em razão de perguntas feitas pelo Ministério Público ao réu.
O advogado Ezequiel Vetoretti afirma que pretende recorrer da decisão que condenou o réu.
Graciele Ugulini, madrasta: presa
A madrasta de Bernardo recebeu a maior pena do júri de 2019, sendo condenada a 34 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Também presa desde 2014, ela terá direito a ingressar no regime semiaberto em julho de 2026, segundo o Tribunal de Justiça.
O advogado Vanderlei Pompeo de Mattos afirma que Graciele está no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. Ele acredita na possibilidade de progressão de regime para o semiaberto já em 2024 em razão de uma eventual remição da pena por conta de dias trabalhados.
Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta: regime semiaberto
Condenada a 22 anos e 10 meses de prisão, acusada de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, Edelvânia está no regime semiaberto desde maio de 2022. Ela é autorizada a trabalhar fora do presídio e regressando ao local durante a noite.
O advogado Jean Severo afirma que Edelvânia deve progredir para o regime aberto ainda no primeiro semestre deste ano.
Evandro Wirganovicz, irmão da amiga: liberdade condicional
O irmão de Edelvânia foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por homicídio simples e ocultação de cadáver. Ele é o único dos réus em liberdade condicional neste momento, segundo o Tribunal de Justiça, tendo a soltura decretada cerca de 10 dias após o julgamento, em 2019.
Luiz Geraldo Gomes dos Santos, que defendeu Evandro em 2019, não trabalha mais para o irmão de Edelvânia. No entanto, o advogado disse ter entrado em contato com Evandro recentemente e relatou ao g1 que o homem “está refazendo a vida, está trabalhando”.