As fortes chuvas e a erosão do terreno geraram abismos de até 70 metros de altura e 500 metros de comprimento em Buriticupu, a cerca de 415 de km de São Luís. As crateras forçaram a saída dos moradores do local.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nas últimas semanas cerca de 27 famílias precisaram ser retiradas das áreas de risco e agora estão morando em abrigos e recebendo aluguel social. O maior medo está no perigo de que casas sejam “engolidas” pelos abismos (veja abaixo), como já aconteceu no passado.
No dia 19 de março, 36 pessoas foram resgatadas na região Buriticupu, e também Santa Luzia, com a ajuda de helicópteros do Centro Tático Aéreo (CTA). Ao menos cinco vilas, nos dois municípios, que ficam localizadas em uma área de vale, foram atingidas por lama de deslizamentos. Segundo o CTA, uma base de apoio às equipes de buscas foi montada no povoado Faísa, em Buriticupu.
Já último domingo (26), a Defesa Civil Nacional esteve na cidade para mapeamento e elaboração de estudos técnicos e relatórios das áreas atingidas pelas erosões e das estradas cortadas pelas fortes chuvas. A Prefeitura de Buriticupu ainda busca mais recursos que ajudem a conter o avanço das erosões e a evacuar as famílias dos locais de risco.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e o Ministério das Comunicações também estiveram no Maranhão para prestar apoio aos municípios atingidos pelas fortes chuvas.
Fenômeno da ‘voçoroca’
Esses enormes abismos são provocados por um fenômeno geológico chamado de ‘voçoroca’, que acontece em áreas onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo. Com isso, fortes chuvas deixam os terrenos ainda mais suscetíveis a desmoronamentos.
Segundo a Prefeitura de Buriticupu, esse fenômeno atinge o município há décadas e já ‘engoliu’ 50 casas nos últimos anos, por causa do desmatamento.
Situação de Emergência
Por causa das chuvas intensas, 49 municípios do Maranhão (veja a lista no final da matéria) decretaram Situação de Emergência. De acordo com Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), seis pessoas morreram, 31.230 famílias foram afetadas e 5.843 estão desabrigadas e desalojadas no estado.
Equipes do CBMMA, prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) estão monitorando as áreas afetadas e prestando apoio às vítimas das fortes chuvas, com o envio de cestas básicas e colchões.