O Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), do Ministério Público Estadual (MPE), tenta identificar três homens internados na UTI do Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche. Todos foram vítimas de atropelamento, sendo que um deles também foi espancado.
Na UTI Geral 1 encontram-se duas vítimas, a primeira é um senhor, de aproximadamente 70 anos, que foi atropelado no bairro do Trapiche, em via pública, por volta das 20h39, do dia 22 de março. Nela também está um homem que aparenta ter mais ou menos 32 anos e que deu entrada no dia 24 de março, por volta das 3h09. Ele foi vítima de atropelamento no bairro de Pajuçara.
Já na UTI Geral 2 está um homem que aparenta ter mais ou menos 45 anos e foi vítima de agressão física e atropelamento. Ele foi encontrado em via pública na cidade de Joaquim Gomes e com registro de entrada no dia 18 de março, às 14h44.
Se você tem alguém da família desaparecido ou conhece alguma família que tenta encontrar o ente querido, o Plid, do Ministério Público do Estado de Alagoas, pode te ajudar por meio do número : (082) 99182-0121.
As informações foram repassadas pela representante da unidade de urgência e emergência, porém não há, até o momento, nenhum dado concreto que possa resultar na identificação dos três homens que estão no HGE em estado grave.
“Posso afirmar que o Plid é formado por anjos, pessoas dispostas a amenizar a dor de milhares de famílias. Estamos sempre de mãos dadas, numa luta diária que muitas vezes não oferta o resultado esperado, mas que consegue dar uma resposta após tanto empenho, horas ou dias de buscas. Além dos casos de desaparecimentos notificados por meio do boletim de ocorrência, temos também casos atípicos como esses e, mais uma vez, estaremos juntos contando com o apoio indispensável do Instituto de Identificação que fará exame de papiloscopia para que, identificados, possamos chegar até seus familiares e informar sobre a situação”, afirma a coordenadora do PLID/AL, promotora de Justiça Marluce Falcão.
A direção do HGE já divulgou imagens específicas dos pacientes, inclusive de tatuagens, na tentativa de que pessoas próximas pudessem se manifestar. Como não obteve êxito, agora quem entra em ação são os papiloscopistas do Instituto de Identificação que farão a coleta das digitais.
O serviço social falou sobre as situações, as tentativas já feitas e como está sendo o acompanhamento dos três casos. “O Serviço Social teve conhecimentos dos pacientes não identificados durante a visita leito a leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seguiu o fluxo para esses casos no hospital: fez contato com o SAMU na tentativa de obter informações registradas durante o resgate, acionou o Consultório de Rua, solicitou da Ascom a divulgação nos meios de comunicação, informou ao Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos, mas até o momento, nenhum parente fez contato para reconhecimento. Por fim, foi solicitado ao Instituto de Identificação a coleta de material genético no intuito dessa identificação”, disse Maryane Rocha, coordenadora do Serviço Social do HGE.
A diretora do Laboratório Forense da Polícia Científica, perita Dra Rosana Coutinho, explica os meios utilizados para a identificação das pessoas.
“Por meio da impressão digital o prontuário civil é consultado e pela digital é possível fazer a identificação. Todos os meios de identificação são muito importantes, em casos de morte existe a papiloscopia e a que é feita por meio da arcada dentária, mas a pessoa tem de ter frequentado alguma clínica odontológica e feito procedimentos. Para vivos tem a papiloscopia e o DNA, sendo este último o que fazemos em nosso laboratório. Mas, o primeiro passo, no caso dessas três vítimas, é a papiloscopia porque tendo o RG os dados estão lá e podem ser comparados. É muito importante ter esta rede, onde vários atores agem para que os desaparecidos sejam encontrados e identificados. Para o HGE, por exemplo, são levadas muitas pessoas em estado grave e sem identificação e por meio dos exames já conseguimos chegar aos familiares”, ressalta Rosana Coutinho.
O diretor administrativo do Instituto de Identificação, papiloscopista Marcelo Casado, fala sobre a atuação importante dos profissionais especialistas com técnicas específicas para o desfecho dos casos.
“Ressaltamos que temos obtido êxito nesses casos, na qual, conseguimos localizar os familiares de pessoas internadas no HGE, sem qualquer documentação que as identifique, como também, pessoas que se encontram em abrigos públicos em situação de vulnerabilidade, por meio da identificação papiloscópica. Destacamos, também, a localização de parentes de pessoa “desaparecida” que se encontrava em outro estado, sem qualquer tipo de contato ou informação de seus familiares. Contudo, por termos o maior banco de dados biométrico e biográfico do Estado de Alagoas, e por ser uma perícia de resposta rápida e eficiente, citamos que a Papiloscopia tem primordial importância no atendimento às pessoas que se encontram sem identificação”, relata.
A rede PLID atua com a participação da Secretaria de Segurança Pública, das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Científica ( com o Instituto de Identificação, o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal), com o Hospital Geral do Estado, o Hospital Portugal Ramalho, além de Conselhos Tutelares. Diariamente muitos casos de pessoas desaparecidas são repassados e centenas deles já foram esclarecidos por meio do empenho e envolvimento desses órgãos envolvidos.