O Ministério da Defesa de Taiwan disse, neste sábado (8), que 71 aeronaves militares chinesas cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan. A linha é considerada, informalmente, como limite territorial entre os dois lados.
Foram registradas as presenças de caças e bombardeiros. No mar, nove navios militares chineses foram avistados.
As atividades fazem parte de uma série de exercícios militares anunciados por Pequim após a visita da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen ao presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy.
O comunicado do governo taiwanês sobre as movimentações militares diz que os chineses estão utilizando a visita de Tsai a McCarthy como “uma desculpa para realizar exercícios militares, o que prejudicou a estabilidade, a segurança e a paz na região”.
O texto também afirma que “os militares [de Taiwan] vão responder com atitude calma, racional e séria, e continuarão na guarda e monitoramento, seguindo os princípios de não escalar conflitos ou disputas” para manter a soberania e segurança nacionais.
O Exército de Libertação Popular da China anunciou que fará os exercícios militares deste sábado até a próxima segunda-feira (10), como forma de se preparar para o combate com o Estreito de Taiwan, nas partes norte e sul da ilha e no espaço aéreo a leste da ilha.
Por que o encontro com a presidente de Taiwan é controverso?
A China considera a ilha de Taiwan como uma província rebelde que faz parte do território chinês e diz que está disposta a retomá-la até mesmo pela força, se necessário.
Sob o princípio de “uma só China”, o governo da China não permite que nenhum país tenha relações diplomáticas com ela e com Taiwan ao mesmo tempo. Apenas 13 países no mundo reconhecem a soberania de Taiwan.
O governo dos EUA há muito tempo mantém uma “ambiguidade estratégica” sobre o assunto, uma doutrina que visa dissuadir a China de invadir Taiwan e impedir que os líderes da ilha provoquem Pequim com uma declaração de independência.