A reprodução simulada da ação policial que deixou o gari Walquides Santos da Silva baleado, na Vila Emater, em Jacarecica, foi remarcada pela Polícia Científica (Polc) e deve acontecer na próxima terça-feira (18). A informação foi divulgada pela Assessoria de Comunicação do órgão na tarde desta quinta-feira (13).
De acordo com a perita criminal Camila Valença, a nova data foi alinhada com o delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial, responsável pelo inquérito policial. Todos os outros órgãos envolvidos, que participarão da reprodução simulada, e a família do gari também já foram comunicadas do exame pericial.
Seguindo um procedimento comum neste tipo de exame, as equipes se concentrarão na delegacia a partir das 17 horas e depois seguirão para o local onde aconteceu o fato. Durante o exame, a equipe do Instituto de Criminalística (IC), comandado pela perita Camila Valença, procurará responder aos quesitos elaborados e presentes nos autos do processo pela equipe de investigação do caso.
A reprodução simulada estava prevista para o dia 29 de março de 2023, mas devido ao mau tempo, o exame pericial precisou ser cancelado. Segundo a perita criminal, o cancelamento se fez necessário, visto que a atividade em análise precisa também reproduzir as condições climáticas relativas ao dia da ocorrência.
Os PMs da Rocam o teriam confundido com um traficante e não teriam sequer oferecido socorro. Ele foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE) para onde foi socorrido e foi submetido a cirurgia no intestino. Lá, ele ficou algemado e deveria ser encaminhado ao presídio quando tivesse alta médica, já que um dia após a prisão, a polícia abriu um processo contra o rapaz, que foi acusado de tráfico de drogas. Porém a Justiça de Alagoas, por meio do juiz Antônio José Bittencourt Araújo, concedeu liberdade provisória ao gari, no dia 28 de janeiro, após 15 dias de internamento, mesmo dia em que ele recebeu alta médica.
Familiares do gari realizaram protestos por não estarem conseguindo visitá-lo na unidade médica. À época, a família decidiu que o jovem não voltaria mais para a comunidade onde morava, já que familiares e amigos relataram terem sido ameaçados por policiais.
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Em entrevista à TV Pajuçara o advogado de Walquides, Gualter Baltazar, explicou que seu cliente ficou quase 1 ano afastado do trabalho se recuperando das consequências da cirurgia para retirada da bala e que retornou às suas atividades recentemente, mas em função diferente, que exige menos esforço, já que ele ainda sente dores, não pode fazer todos os movimentos e continua abalado e com medo.
Na mesma reportagem, um irmão da vítima disse que teria sofrido ameaças por policiais militares da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (ROTAM).