O Ministério Público Estadual (MP/AL) incluiu, nesta quinta-feira (27), mais um policial militar na denúncia da abordagem policial que vitimou o empresário, Marcelo Barbosa Leite, na noite do dia 14 de novembro de 2022, em Arapiraca. O quarto PM foi denunciado por fraude processual e é apontado como a pessoa responsável por dirigir o carro de Marcelo após o socorro e alterar a cena do crime.
“O crime de fraude processual acontece quando alguém de forma intencional modifica a cena do crime e assim modificar a conclusão de um processo penal”, explicou o advogado de acusação, Leonardo de Moraes.
Segundo o advogado, a acusação enviou indícios da autoria e provas da materialidade e fez requerimento junto ao promotor de justiça, Nilson Miranda. As informações foram analisadas e o PM foi incluído como um dos réus da ação penal. “A solicitação foi feita com base nas investigações da Polícia Civil e o procedimento disciplinar da Corregedoria da Polícia Militar. Esse militar admitiu que ele efetivamente dirigiu o veículo do Marcelo e modificou a cena do crime para criar a narrativa de que a ação dos policiais foi em legítima defesa”, afirmou.
Segundo o Ministério Público, o promotor responsável pelo caso, Nilson Miranda, fez um aditamento a denúncia, ou seja, completou a primeira ação ajuizada, que apontava outros três militares como responsáveis pelo crime, sendo que o comandante da guarnição, apontado como autor dos disparos contra o empresário, foi denunciado pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa. O segundo militar foi denunciado por fraude processual e denunciação caluniosa e, o terceiro, por fraude processual e agora um quarto militar é acusado de também de fraude processual.
Relembre o caso – No dia 14 de Novembro de 2022, o empresário Marcelo Barbosa Leite foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial do 3º BPM. Devido ao tiro, Marcelo perdeu um rim, o baço e parte do intestino. Ele estava internado no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, logo depois foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. Devido as complicações em seu quadro de saúde, Marcelo foi transferido para uma UTI do Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, em São Paulo. Marcelo chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu e faleceu 21 dias após a abordagem.
Uma comissão especial de delegados, formada por Sidney Tenório, Cayo Rodrigues e Fillipe Caldas, foi nomeada para investigar o caso. O Ministério Público Estadual determinou a realização da reprodução simulada da abordagem, ocorrida no dia 16 de janeiro de 2023.
No início de fevereiro deste ano, os três militares que integravam a guarnição foram indiciados pela Polícia Civil. O comandante da guarnição, apontado como autor dos disparos contra o empresário foi indiciado pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa. O segundo militar foi denunciado por fraude processual e denunciação caluniosa e, o terceiro, por fraude processual.
Veja o arquivo de matérias sobre o caso:
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Caso Marcelo Leite: Comissão de delegados indicia militares pela morte de empresário
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Caso Marcelo Barbosa: Polícia Civil pede prorrogação para conclusão de inquérito
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