Diretora do Arquivo na Suíça diz que processo confirmou ato sexual e apontou sêmen de Cuca em vítima

Rodrigo Coca/Sport Club Corinthians Paulista

O Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou na edição desta sexta-feira um novo desdobramento do caso em que quatro ex-jogadores do Grêmio foram condenados, entre eles o técnico Cuca, foram condenados na Suíça por ato sexual com uma menor de 13 anos de idade, em 1987. O processo cita o crime de coação sexual, o que não é considerado estupro na legislação suíça, mas seria o equivalente a isso na legislação brasileira.

Um processo judicial de 1.023 páginas guardado nos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, capital da Suíça, revelado pela TV confirma que havia sêmen de Cuca na menina.

Nesta semana, o técnico se desligou do Corinthians após apenas duas partidas depois da enorme pressão que recebeu da torcida alvinegra, que desde o início fez protestos contra sua chegada pelo seu envolvimento no caso há 36 anos.

Na sua apresentação no Corinthians na semana passada, Cuca disse que era inocente, que a vítima não o havia reconhecido como um dos estupradores e que ele não havia participado do ato sexual.

Diretora da instituição, Barbara Studer leu o processo na íntegra e explicou à TV que o caso está sob segredo de Justiça por 110 anos. Mesmo assim, ela aceitou mostrar uma página do documento, a de número 915, na qual começa a sentença do caso, proferida pelo Tribunal Criminal de Berna em 15 de agosto de 1989.

O documento mostra os nomes dos quatro réus: Alexi Stival (Cuca), Henrique Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi, todos jogadores do Grêmio na época, e diz que os crimes pelos quais eles foram julgados e condenados foram ato sexual com menor e coação.

Em agosto de 1989, época da condenação dos ex-jogadores, o jornal suíço “Der Bund”, que cobriu o julgamento, publicou a reportagem da publicação e citou que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima. A reportagem também menciona que a garota tentou suicídio depois do crime.

“Posso dizer que o que está no artigo (do jornal) está correto. Realmente o que está provado é que houve uma situação sexual com uma menor de idade, de treze anos”, disse Studer.

Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados à revelia a 15 meses de prisão por sexo com menor de idade e coação, enquanto Fernando foi condenado por estar envolvido no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não chegaram a cumprir a pena.

Os advogados Daniel Bialski e Ana Beatriz Saguas, que agora defendem o técnico Cuca, enviaram uma nota ao site ge e ao Jornal Nacional:

“A defesa de Cuca reputa ser lamentável o irresponsável linchamento por situações ocorridas há 34 anos e contrária à realidade dos fatos. Reafirme-se que Cuca não manteve qualquer relação ou contato físico com a vítima, que, aliás, não o reconheceu, conforme confirmado por diversas reportagens daquela época. Distorções e especulações serão responsabilizadas cível e penalmente, ainda mais por se tratar de processo sigiloso, evidenciando a precariedade e inconsistência de qualquer pretensa informação fornecida por terceiros”.

Fonte: ESPN

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