O Fantástico mostrou como menores de idade estão expostos a vídeos e conversas que incentivam a automutilação, crueldade contra animais, pedofilia e violência extrema no Discord, um popular aplicativo de mensagens.
Os repórteres do Fantástico mostram como a falta de monitoramento e a dificuldade de fiscalização abrem caminho para a violência, e podem se transformar em um pesadelo para pais e filhos, dentro de casa.
No Brasil, o incentivo à automutilação é crime, mas tem no Discord. O que está acontecendo, em tempo real, é algo recorrente: desafiar alguém a praticar violência contra si ou contra animais, uma forma de “divertimento cruel”.
Uma transmissão ao vivo de atos cruéis contra um animal veio de uma casa na região Metropolitana de São Paulo. Foi em setembro do ano passado. Uma garota com máscara de caveira tenta sufocar um gato da vizinhança, e colocar uma faca dentro dele, o caso foi denunciado a uma veterinária e ativista pelos direitos dos animais.
“Ela colocou fogo num pedaço de papel e ateou fogo no gatinho”, conta a veterinária Daniela Souza.
A casa toda pegou fogo. A própria garota registrou a presença dos bombeiros; e, em uma postagem, disse: “Botei fogo na casa, daora”. Ela só tinha 13 anos.
“Vi muita violência já contra animais, mas esse realmente foi o que mais me chocou porque estava sendo transmitido ao vivo, com pessoas assistindo, incentivando. Eles estavam gostando”, conta a veterinária.
Dezesseis mil pessoas faziam parte da comunidade onde a cena foi transmitida.
Em nota ao Fantástico, o Discord disse: “Estamos colaborando ativamente com o governo e agências de aplicação da lei no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto trabalhamos para o objetivo comum de prevenir danos”.