Grávida de 8 meses, Angelina Liz Cotrim, de 21 anos, disse que está traumatizada após uma mulher ter tentado matá-la para roubar seu bebê, em Goianira, Região Metropolitana da capital. “Estou muito abalada, com medo dessa mulher sair da cadeia e, sei lá, me procurar de novo”. A vítima afirma que a suspeita entrou em contato com ela lhe prometendo um enxoval de bebê.
O crime aconteceu no sábado (29), no Setor Linda Vista. De acordo com a Angelina, a suspeita conseguiu o telefone dela no dia anterior, com uma conhecida que elas têm em comum. Durante a conversa, se apresentou com o nome falso Gabriela, e disse que havia perdido sua gestação recentemente. Por isso, estava procurando uma grávida para doar todo o seu enxoval de bebê.
Por estar desempregada e ser mãe de outras duas crianças, Angelina aceitou a ajuda da mulher. Ela conta que a suspeita foi até a casa dela no mesmo dia da ligação, e afirmou ter marcado um exame de ultrassom para ajudá-la na gestação. “Eu fiquei desconfiada, mas aceitei porque estou precisando de ajuda. Sou mãe solteira”, afirma a vítima.
Na data do crime, Angelina foi até a casa da mulher, mas diz que a suspeita inventou uma série de desculpas e nunca a levava para o hospital ou entregava qualquer roupa de bebê. Desconfiada, ela disse para a mulher que ia embora.
Após trocarem agressões, Angelina diz que tentou dialogar com a mulher para evitar que ela a matasse, prometendo que iria lhe ajudar a achar outra grávida para roubar um bebê. “O plano dela era me matar, tirar o bebê da minha barriga e ficar para ela. A bolsa com enxoval que ela disse que era doação, era para colocar no meu filho depois de me matar”, afirma a vítima.
A suspeita acreditou no que Angelina disse e abriu o portão para que as duas fossem em busca de outra grávida. Porém, assim que saiu do imóvel, a vítima começou a pedir socorro para vizinhos, que chamaram a polícia. “Eu fiquei machucada nos braços e no rosto, mas Deus e meus filhos me deram força. A todo momento eu pensava nos meus filhos”, conta.
Ajuda
Angelina explica que antes de engravidar trabalhava em um supermercado e, com dificuldade, conseguia sustentar os outros dois filhos. Porém, perdeu o emprego e, desde então, a família sobrevive de doações.
“No momento eu tô precisando de ajuda. Pode ser com alimentos, banheira, berço, cômoda de neném ou até dinheiro mesmo”, afirma.
O PIX para realizar doações para Angelina é rodriguesangella59@gmail.com.
Prisão e investigação
A suspeita do crime contra Angelina foi presa em flagrante por tentativa de homicídio. Em relato à Polícia Militar (PMGO), ela contou que estava grávida e perdeu o bebê. Por isso, queria roubar uma criança para “sustentar sua mentira”.
A mulher confessou que chegou a abrir uma cova no quintal de casa, onde pretendia enterrar a grávida após matá-la. Mas que se arrependeu antes de cometer o ato. “Eu ia pegar o bebê dela para mim. Eu perdi meu bebê no começo da gestação e eu queria pegar para sustentar minha mentira”, disse a mulher à PM.
Durante a audiência de custódia, no domingo (30), a Justiça converteu a prisão em flagrante da suspeita para preventiva. A decisão, conforme o Tribunal de Justiça (TJ), aconteceu durante uma videoconferência entre o órgão, o Ministério Público (MP) e a defesa da jovem.
O g1 tentou localizar a defesa da suspeita para que se posicionasse, mas não conseguiu localizá-la até a última atualização desta reportagem. A reportagem também tentou contato com a delegada Carla de Bem, responsável pelo inquérito, mas não obteve retorno sobre o avanço das investigações.