O miolo do Nordeste, o tutano do pote caído, o som da sombra das nossas raízes. Tudo isso vai ecoar e ser visto neste sábado (6) durante o evento “Oxente Futurista”, na Praça Santa Cruz, em Arapiraca-AL.
O evento será gratuito, trazendo apresentações musicais de Janu, Quiçaça e Luana Flores (PB), a partir das 20h. A praça fica na parte superior do Memorial da Mulher Ceci Cunha, no bairro Alto do Cruzeiro, com palco montado em frente ao Pub Treze.
Além do próprio Pub Treze, o “Oxente Futurista” tem apoio cultural do Touro Equipamentos e da Prefeitura de Arapiraca. A organização é da Lindeza Produções.
Um dia antes do evento, nesta sexta-feira (5), Janu lança sua música “Teu Sorriso”, com remix de Luana Flores, em todas as plataformas digitais.
“A Luana é uma artista com um trabalho massa! Nos conhecemos em um almoço aleatório em 2020, na Praça do Arsenal, em Recife, durante a Porto Musical [feira de música]. De lá para cá, ficamos de trabalhar em uma música. Quando estava finalizando o ‘Miolo do Oxente’, eu queria fazer um remix da música ‘Teu Sorriso’, que quase não entrava no ‘Lindeza II’ — e acabou sendo uma das que mais rodou por aí, sendo trilha de filme, trilha de desfile e até trilha de reportagem especial do Pelé, no Esporte Espetacular [risos]. Só que não deu tempo de finalizarmos para que ela integrasse o ‘Miolo…’. Daí vou lançar essa música agora! O show vem coroar isso e igualmente surgiu da necessidade de tocar o ‘Miolo do Oxente’ em Arapiraca e, também, mostrar um pouco do que tem sido feito no Nordeste, como o trabalho da Luana Flores, que tem rodado bem por aí com o seu ‘Nordeste Futurista’”, diz Janu.
A capa deste single remixado tem assinatura do ilustrador arapiraquense RIANИ, dando holofote às destaladeiras de fumo de Arapiraca, em ciranda cantada lembrando Henri Matisse.
Também nesta semana, na terça-feira (2), o músico arapiraquense lançou o clipe para a música-título de seu trabalho autoral mais recente. O vídeo de “Miolo do Oxente” traz performance da dançarina arapiraquense Marcela Fernandes, com captação da Viella Filmes, beauty do maquiador Jeová Jackson e figurino do estilista Johnson Cavalcante (assista ao videoclipe neste link: https://youtu.be/7yVHThv-mL0).
JANU + QUIÇAÇA
Janu e Quiçaça já são conhecidos do público alternativo arapiraquense. O primeiro vem com a “Banda Lindeza”, para fazer o show de lançamento do seu novo álbum “Miolo do Oxente”, após ter realizado minitour em São Paulo (Noite SIM SP Holofote) e Rio de Janeiro (13ª edição da Bienal da UNE), em janeiro e fevereiro deste ano.
Esse CD de Janu junta Beatles com Mané do Rosário, tendo influências de rock, tecnobrega, bregafunk, guitarrada e folguedos alagoanos.
Já a Quiçaça trará seu som psicodélico, a jungir a mística do Sertão nordestino com suas cores, suas rimas e suas facetas ao genuíno reggae-rock aplicado por eles. Quiçá a banda mais original por essas bandas.
O quinteto fará repertório com partida de seu EP “Jurema” e os singles “Besta Fera” e “Aguardente”, além de versões regueiras de clássicos da música nacional e internacional.
NORDESTE FUTURISTA
O sonho segue a se desabrochar. E deu em Luana Flores, que é cantora, compositora, dançarina e beatmaker paraibana, uma das maiores referências no Nordeste a partir do hibridismo de seu conceito músico-visual, que permeia território, gênero e sexualidade.
Nascida em João Pessoa e criada em Jericó e Catolé do Rocha, no Alto Sertão da Paraíba, a carreira de Luana flutua entre o rock e o samba de coco.
Formada em Letras, ela tem nas palavras seu alicerce, juntando a tradição e a ruptura, o antigo e o moderno, o rural e a cidade-capital.
Idealizadora do “Coco das Manas”, em 2016, trouxe para a conversa o “empoderamento feminino sincopado” a partir da batida do coco de roda — e da rede de apoio formada entre elas ali. Foi desse meio que veio sua maior aproximação com as mestras de coco, como a Vó Mera e a Mestra Ana do Coco.
Em 2022, Luana lançou seu álbum visual “Nordeste Futurista” — antes um EP, do ano anterior (assista na íntegra neste link: https://youtu.be/SLLaGcjqK6Q).
Nele, a artista paraibana faz um mergulho nas perguntas que a nossa geração está voltando aos poucos a fazer diante desse pós-pandemia, buscando a si. O tal do miolo.