A partir da próxima quarta-feira (10), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, planeja convocar para uma rodada de conversas ministros e líderes partidários.
As primeiras reuniões serão com ministérios chefiados pelo PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin (ministro do Desenvolvimento), de Flávio Dino (Justiça) e Marcio França (Portos e Aeroportos). Na próxima semana, o ministro deverá receber representantes do MDB e do União Brasil.
O esforço do Planalto é para tentar ajustar a relação de congressistas com o governo e garantir apoio nas próximas votações. Na semana passada, o governo sofreu um revés, na Câmara dos Deputados, com a derrubada de trechos de decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que alteram o marco saneamento básico.
“O Ministro das Cidades [Jader Filho, MDB], que é um dos autores do Marco do Saneamento, e a bancada do MDB votaram contra. Então, é um momento do ministro, com um conjunto de representantes da bancada, entender quais foram os motivos”, disse Padilha.
Apesar da expectativa de muitos parlamentares por uma participação mais efetiva do presidente na articulação, Padilha desconversou, disse que Lula já participa ativamente nas discussões.
Na última quinta-feira (4), após derrota do decreto do saneamento e durante reunião do chamado Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, coordenado por Padilha, o presidente Lula cobrou o ministro publicamente.
Antes, em entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já havia reclamado da trava na liberação de emendas.
À imprensa, nesta segunda-feira (8), Padilha disse que a liberação das emendas segue cronograma da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Sobre as críticas que tem recebido, o ministro disse que está “acostumado”.
Padilha também disse que aguarda reunião com relator do marco fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), ainda nesta semana e que espera votação da proposta na semana seguinte.
Indicações ao BC
Ainda conforme Padilha, a indicação do secretário-executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central, foi bem recebida no Senado, onde deverá ser chancelada pela Comissão de Assuntos Econômicos. A expectativa é que a indicação seja formalizada nesta semana.