Quem são todos os afastados pelo escândalo de apostas no futebol brasileiro

A Operação Penalidade Máxima 2 investiga, desde fevereiro de 2023, suspeitas de manipulação em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro e também competições estaduais realizados em 2022. Em decorrência das investigações, que já colocou alguns jogadores como réus e cita outros no processo, os clubes já começaram a tomar providências.

Até o momento, seis atletas da Série A do Campeonato Brasileiro, além de um da Série C, foram afastados de seus clubes enquanto a Justiça segue com a apuração rigorosa dos fatos.

Eduardo Bauermann

O zagueiro do Santos, afastado na última segunda-feira (9), foi denunciado no processo do Ministério Público de Goiás por envolvimento com a quadrilha de manipulação e apostas por ter aceitado tomar um cartão amarelo na partida entre Santos x Avaí, válida pelo Brasileirão de 2022 e, em contrapartida, receber R$ 50 mil. No entanto, não conseguiu a punição, sendo ameaçado e tendo que cobrir os valores investidos pelo apostador.

Richard

Diferentemente do defensor do Peixe, o volante do Cruzeiro, afastado nesta quarta-feira (10), ainda não está sendo investigado, somente foi citado no processo. Conversas de Richard com um dos intermediadores foram divulgadas.

“Durante a semana veio uns três nego querendo fechar algo comigo e não fecho com ninguém a não ser você, sou papo reto, bagulho não é brincadeira (sic)”, escreveu o volante em conversa no WhatsApp com um dos envolvidos no esquema.

Pedrinho

O lateral-esquerdo do Athletico-PR também foi afastado após ter o nome citado no processo. O jogador aparece em uma das planilhas presentes na investigação do Ministério Público de Goiás, decorrente da Operação Penalidade Máxima 2.

Bryan Garcia

Pouco tempo depois de comunicar o afastamento de Pedrinho, o Athletico-PR também afastou o equatoriano Bryan García por ter o nome citado no processo.

“Informamos que, diante das notícias divulgadas, o atleta Bryan García também foi afastado preventivamente das atividades da equipe principal, retornando ainda hoje para Curitiba.”

Vitor Mendes

Zagueiro do Fluminense, Vitor Mendes foi afastado na noite da última segunda-feira. O defensor teve seu nome citado na investigação da operação Penalidade Máxima II feita pelo Ministério Público de Goiás por supostamente forçar um cartão amarelo ainda quando defendia o Juventude em uma partida contra o Fortaleza.

De acordo com a denúncia do MP, o jogador recebeu um PIX de R$ 5 mil da empresa BC Sports Management, que tem Bruno Lopez preso de forma preventiva como um dos sócios. Nas mensagens, inclusive, Vitor Mendes estaria cobrando o pagamento do restante do valor.

Nino Paraíba

O América-MG também afastou um dos atletas de seu elenco nesta quarta-feira. O lateral-direito Nino Paraíba teve o nome citado pela Operação Penalidade Máxima 2 e também não participará das atividades com o time principal enquanto a Justiça segue com as investigações para apurar os fatos.

“Informamos que o atleta Nino Paraíba está afastado preventivamente das atividades do futebol. Acompanhamos os desdobramentos da Operação Penalidade Máxima 2, do Ministério Público de Goiás, em relação aos demais atletas que tiveram os nomes envolvidos neste lamentável episódio”, escreveu o Coelho nas redes sociais.

Fernando Neto, do São Bernardo, também é afastado

Atualmente no São Bernardo, que disputa a Série C do Brasileirão, Fernando Neto é mais um jogador que está de fora das atividades do clube.

Neto teria supostamente participado do esquema quando defendia o Operário-PR. Na época, aceitou uma oferta de R$ 500 mil para ser expulso em uma partida contra o Sport, válida pela Série B. O volante embolsou R$ 40 mil como adiamento, mas não recebeu o cartão e ficou sem o restante do valor. A participação de Fernando Neto é investigada pelo Ministério Público de Goiás.

Raphael Rodrigues, do Avaí

Avaí suspendeu de forma preventiva o contrato de Raphael Rodrigues após o atleta ser citado na Operação Penalidade Máxima. O jogador está emprestado ao Avaí pelo Confiança, que também acompanha de perto o caso.

Max Alves

Revelado pelo Flamengo e com passagem pelo Cuiabá, o meio-campista Max Alves atua na MLS e, após ter seu nome citado, foi afastado pelo Colorado Rapids.

Veja abaixo quais são os jogos que estão sob investigação na Série A

  • Palmeiras x Juventude
  • Juventude x Fortaleza
  • Goiás x Juventude
  • Ceará x Cuiabá
  • Red Bull Bragantino x América-MG
  • Santos x Avaí
  • Botafogo x Santos
  • Palmeiras x Cuiabá

Quais jogadores estão sendo investigados?

  • Eduardo Bauermann (Santos)
  • Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
  • Victor Ramos (Chapecoense)
  • Igor Cariús (Sport)
  • Paulo Miranda (Náutico)
  • Fernando Neto (São Bernardo)
  • Matheus Gomes (Sergipe)

Quais jogadores também foram citados no processo?

  • Vitor Mendes (Fluminense)
  • Richard (Cruzeiro)
  • Nino Paraíba (América-MG)
  • Dadá Belmonte (América-MG)
  • Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)
  • Moraes Jr. (Juventude)
  • Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
  • Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)
  • Nathan (Grêmio)
  • Pedrinho (Athletico-PR)

Apostadores e membros da organização

  • Bruno Lopez de Moura
  • Ícaro Fernando Calixto dos Santos
  • Luís Felipe Rodrigues de Castro
  • Victor Yamasaki Fernandes
  • Zildo Peixoto Neto
  • Thiago Chambó Andrade
  • Romário Hugo dos Santos
  • William de Oliveira Souza
  • Pedro Gama dos Santos Júnior
  • O que a Operação “Penalidade Máxima” investiga

A investigação da Operação “Penalidade Máxima” aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até R$ 100 mil, a cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.

Um jogador cooptado, por exemplo, teria a “função” de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida – normalmente uma derrota de sua equipe.

As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.

Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.

A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado. A partir daí, criou-se a operação “Penalidade Máxima” para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.

Na primeira denúncia, havia a suspeita de manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema era de âmbito nacional e havia acontecido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileiro.

Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

Algum jogador de futebol foi preso?

Nenhum jogador preso, só pessoas envolvidas nos pedidos de manipulação. Foram três mandados de prisão em São Paulo, mas só para não atletas.

Foram apreendidas granadas de efeito moral em um mandado de prisão em São Paulo a armas de fogo em outro endereço, também em terras paulistas. Nesse local, houve também um flagrante de armas de fogo sem o devido registro.

Os atletas ou aliciadores podem ser indiciados via Estatuto do Torcedor e também podem responder por crime por lavagem de dinheiro, se for o caso. Segundo o Estatuto do Torcedor, a pena varia de 2 a 6 anos de prisão.

O que os jogadores faziam para manipular as partidas?

Os atletas e envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação da seguinte forma: receber cartões amarelo ou vermelho, cometer um pênalti, garantir uma derrota parcial no 1º tempo, número de escanteios, etc.

Fonte: ESPN

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