Mais de dois anos após a morte de Henry Borel, Leniel, pai do menino, lamenta ainda não ter conseguido viver o luto e lembrou de crime que ocorreu depois da morte do seu filho.
“A Polícia Civil ficou um mês debruçada no caso, com todas as provas, para fundamentar muito bem, e ainda assim nós estamos há dois anos e meio sem o júri, sem ver aqueles dois condenados. Outros casos já se passaram no Brasil; Flordelis foi depois e já teve justiça, eu ainda não tive justiça”, lamentou Leniel em entrevista ao programa Encontro.
Emocionado, Leniel contou no Encontro que ainda não conseguiu viver o luto. “É muito difícil como pai ter que lutar todo dia por justiça pelo meu filho. Hoje eu vivo o luto na luta. Não consegui ainda ter o meu luto com relação ao meu filho”.
Nesta quinta-feira (18), o programa Linha Direta exibiu a história da morte de Henry em março de 2021. A criança vivia com o padrasto, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros, no Rio de Janeiro. O laudo apontou lesões no crânio, ferimentos internos e diversos hematomas pelo corpo.
Sem data para ir a júri
Seis meses após a chamada pronúncia dos réus – quando a Justiça entende que houve um crime contra a vida e determina que eles vão a julgamento -, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a ex-mulher dele, Monique Medeiros, ainda não tem data para ir a júri popular pela morte do menino Henry Borel.
Jairinho e Monique foram pronunciados pela juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, no dia 1º de novembro de 2022, e, desde então, uma série de recursos das defesas dos réus contra essa decisão retardam a definição da data do julgamento.
“Os réus recorreram da decisão da juíza e esses recursos vão ser analisados pelo Tribunal de Justiça. Após a análise desses recursos em segundo grau, a juíza determina as partes apresentem as testemunhas que deverão ser ouvidas e marca a data do julgamento”, explicou o promotor do caso, Fábio Vieira.
Na pronúncia da juíza Elizabeth Machado Louro, Jairinho será julgado por homicídio triplamente qualificado com emprego de tortura, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Ele segue em prisão preventiva.
Já Monique Medeiros, a mãe de Henry, vai responder por homicídio e omissão, e está em liberdade.
A decisão da juíza absolveu o casal da acusação de fraude processual e Monique da acusação de tortura. Durante o curso do processo, Jairinho foi absolvido de uma acusação de coação.