Algo inimaginável. Assim descreve o motociclista Jonathan Oliveira Batista, de 23 anos, paciente que aparece no vídeo sendo atendido pelo socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Gustavo Rios, que escorreu e caiu em cima do jovem durante um atendimento, em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal.
Ao g1, o jovem que trabalha em uma recapagem de pneus, explicou que estava indo almoçar no momento em que se envolveu no acidente com o carro. Ele conta que não se machucou com a queda de Gustavo e que a pista estava escorregadia quando foi socorrido.
“Nunca imaginei que poderia acontecer um acidente, muito menos o socorrista cair em cima de mim. Não foi culpa dele, eu vi que tinha derramado bastante óleo da minha moto. Machuquei mais na região da mãe e do pé, quando ele caiu não senti nada. Estou me recuperando bem”, explicou.
“Primeira e última vez”
O socorrista Gustavo, que viralizou na internet, afirmou que o incidente é incomum, mas que pode ocorrer devido às circunstâncias em que alguns atendimentos são realizados. Ele reforçou, inclusive, que o local onde foi realizado o atendimento ao motociclista estava escorregadio por conta de um vazamento de fluido de freio, que se misturou na água.
Gustavo explicou que o atendimento foi realizado no dia 12 de maio. O vídeo, porém, viralizou apenas no sábado (20). A cena inusitada já ultrapassou os 3 milhões de visualizações em uma rede social.
“Foi realizado o atendimento, só que no momento de colocar esse paciente na prancha para finalizar, o meu calçado perdeu o contato com o solo e acabei escorregando e caindo em cima dele. O paciente ficou bem, não teve nenhuma lesão. A gente que trabalha na rua vive um nicho muito dinâmico. Tudo pode acontecer, tudo pode mudar”, explicou.
O socorrista, que está há dez anos na área, explicou que foi a primeira vez que passou por algo do tipo, mas que está lidando bem com as críticas e que vê a queda como um “meme”. Ele afirma que vem recebendo apoio dos colegas de profissão, além de conhecidos e autoridades da cidade.
Gustavo conta que tem aproveitado o momento e vem ganhando notoriedade profissional. Para ele, o vídeo do escorregão agora é visto como um motivo de “sorte”.
“Foi a primeira vez que caí em cima de um paciente durante um resgate e espero que seja a última, mas sei que essa situação está dentro do que pode ocorrer durante os atendimentos. Já aconteceu comigo de estar em uma cena onde o paciente foi alvejado com uma arma de fogo e a gente ter que largar tudo e sair correndo porque o autor estava no local. Esse tipo de situação ocorre todos os dias com socorristas do Samu e do Corpo de Bombeiros”, contou.