Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deram sinais de terem se reconciliado e enviaram um recado ao Planalto: não aceitarão retrocessos nos marcos legais, como as novas regras para o saneamento, privatização da Eletrobras, autonomia do Banco Central e na Lei das Estatais.
Essa foi a percepção de alguns dos maiores empresários brasileiros que estiverem reunidos com ambos hoje (23) na casa do presidente do Senado em Brasília. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou.
Também estavam presentes na reunião representantes de diferentes setores, como Benjamin Steinbruch (CSN), Rubens Ometto (Cosan), Carlos Sanchez (EMS), Isaac Sidney (Febraban), Josué Gomes da Silva (Fiesp), entre outros.
Também foi ao encontro o fundador e presidente do conselho da MRV Engenharia, o empresário Rubens Menin, que é controlador do Inter, da Log Commercial Properties e da CNN.
Com a presença dos relatores do marco fiscal, Claudio Cajado (PP-BA), e da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Lira e Pacheco se comprometeram a aprovar ambas até o fim do ano. Os empresários viram como um sinal positivo.
Haddad foi reconhecido pelo empresariado como o articulador político do governo. Chamou a atenção que não havia nenhum ministro da ala política presente e que o titular da Fazenda tenha ficado até o final e saído de lá direto para a Câmara
Os empresários aproveitaram para cobrar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também participou do encontro, para reduzir os juros.
Benjamin Steinbruch foi o mais enfático e disse que os estoques das empresas estão altos, enquanto o consumo cai. Campos Neto respondeu que não adianta baixar juros artificialmente.