A Justiça alagoana tornou réu o casal acusado de agredir o próprio filho de quatro anos com pedaços de fio e murros no rosto, no Vergel do Lago. A decisão é do juiz, Ygor Vieira de Figueirêdo e foi publicada nesta sexta-feira (02).
Everson Nascimento Marques e Keyth Tamara da Silva foram presos em flagrante no dia 23 de maio, após conselheiros tutelares receberem denúncia anônima de populares e acionarem a Polícia Militar. O caso é tratado como tortura e tramita em caráter prioritário.
“Segundo logrou-se apurar, no dia dos fatos, os denunciados, genitores da vítima, espancaram a criança diversas vezes, sempre como forma de aplicar castigo pessoal. No dia dos fatos, Conselheiros Tutelares receberam denúncia anônima de que a criança estaria sendo intensamente agredida, enviando inclusive vídeos e fotos mostrando a situação da vítima. Diante disso, solicitaram apoio da Polícia Militar, indo na residência da criança para avaliar a situação de risco”, traz um trecho da decisão.
Além disso, no documento a avó paterna também é indicada como partícipe, tendo “auxiliando os denunciados a praticar os fatos delituosos”, diz outro trecho do documento.
O juiz determina ainda que a vítima seja ouvida em depoimento especial, técnica específica de oitiva de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência. “Neste contexto, atento às circunstâncias do caso concreto e ao que pondera a jurisprudência dos tribunais superiores DETERMINO que a oitiva da vítima seja realizada por meio de depoimento especial, nos termos da Lei n.º 13.431/17,seguindo o protocolo brasileiro de entrevista forense.”
Justiça mantém prisão de casal acusado de torturar filho de quatro anos
Além dos hematomas provocados do dia da prisão do casal, o menino apresentava diversas marcas e cicatrizes pelo corpo, fruto de agressões anteriores. Segundo a conselheira tutelar que acompanha o caso, Valmênia Santos da Silva, a criança foi encaminhada a um abrigo institucional, onde recebe suporte de uma equipe de profissionais.
O caso – O casal foi preso em flagrante, no dia 23 de maio, na Comunidade Sururu de Capote, no Vergel do Lago, acusado de tortura contra o filho de quatro anos. A criança foi agredida com murros no rosto e com um pedaço de fio e apresentava diversos hematomas pelo corpo.
O menino foi resgatado por conselheiros tutelares da região II, que foram acionados por populares. Testemunhas disseram que as agressões contra a criança começaram por volta das 4h da madrugada e se estenderam até a manhã daquele dia. Os vizinhos informaram ainda que esta não é a primeira vez que a criança leva surras, desta vez, porém, foi muito chocante e eles decidiram denunciar.
À Polícia, o menino disse que que o pai bateu nele porque ele não obedeceu e contou ainda que já sofreu agressões por parte da mãe. Segundo o Conselho Tutelar, o pai da criança responde por homicídio e já tem histórico de maus-tratos contra o menino.