Um homem morreu, em Samambaia, no Distrito Federal, após a família receber uma ligação, informando que a irmã dele havia sido sequestrada. O telefonema era uma tentativa de golpe, no entanto, com o susto, o comerciante Genilson Oliveira, de 49 anos, passou mal e morreu.
O caso ocorreu na madrugada da última terça-feira (6) e é investigado pela Polícia Civil. O pai de Genilson, Geraldo Oliveira, de 72 anos, que atendeu a ligação.
À TV Globo, ele contou que, após desligar o telefone, conseguiu falar com a irmã de Genilson e se cerficiou de que era um golpe. Mesmo assim, naquela madrugada, o comerciante passou mal e desmaiou, segundo o pai.
Genilson ainda foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. “Ele foi tomar água para dormir, mas caiu antes de chegar no filtro”, disse.
Segundo a família, Genilson tinha pré-diabetes e hipertensão, o que pode ter contribuído para que ele passasse mal após se assustar com o falso sequestro.
“Ele [o golpista] falou que levaria a vida da minha filha, mas levou a do filho, que para nós era tudo. Ele era um bom pai, um bom filho. Abalou muito a nossa família. Nós estamos em pedaços”, afirmou Geraldo.
Investigação
O caso foi registrado na 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia Norte. O delegado Fernando Fernandes disse que, nessa situação, o criminoso podem responder por extorsão, estelionato, homicídio culposo e até doloso, com dolo eventual.
O investigador disse que a linha telefônica que fez a ligação já foi identificada. “Nossos policiais já estão investigando desde as primeiras horas que o crime ocorreu”.
O delegado pediu ainda que, quem tiver informações sobre o caso, pode entrar em contato com a corporação pelo telefone 197. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.
Segundo a Polícia Civil, o golpe, muitas vezes, é aplicado de dentro de presídios, por criminosos que não conhecem as vítimas. A orientação da corporação nesses casos é fazer contato com a pessoa que os suspeitos alegam ter sequestrado e, em nenhuma hipótese, fornecer dados pessoais.
Liberação de hormônios
O cardiologista Carlos Rassi explicou que situações de muito estresse liberam hormônios no organismo que podem levar à morte. Caso a pessoa tenha um histórico de saúde como Genilson, que tinha pré-diabetes e hipertensão, o risco é ainda maior.
“Situações muito estressantes podem fazer com que haja uma grnade liberação dos hormônios do estresse, adrenalina e noradrenalina na circulação sanguínea”, disse.
Segundo o especialista, essa liberação faz com que as artérias do coração possam sofrer um espasmo, um fechamento dos vasos que nutrem a musculatura sanguínea. Com isso, pode ocorrer um “evento isquêmico”, quando o músculo fica sem nutrientes e pode sofreer morte celular.
“Pode desencadear arrítmias graves e culminar com o óbito dos pacientes.
O tratamento nessa situação, segundo o especialista, tem que ser feito o mais rápido possível. Quanto antes a pessoa for socorrido, mais são as chances de sobrevivência.