A Praia Central de Balneário Camboriú, que passou por uma megaobra de alargamento entre março e dezembro de 2021 no Litoral Norte de Santa Catarina, perdeu 70 metros de faixa de areia por conta da erosão marítima. O trecho ‘engolido’ pelo mar, segundo a prefeitura, já era previsto durante o projeto. No entanto, para conter ainda mais o avanço, uma obra de contenção será feita no espaço.
O trecho onde houve a erosão é chamada de Barra Sul e fica na ponta da praia (veja a foto acima). Conforme o engenheiro Rubens Spernau, fiscal da obra, essa área é a que mais sofre com o processo de erosão em toda a região. Por isso, foi o local mais aterrado durante os trabalhos.
Ao fim do alargamento, a área entre o início do mar até o fim da areia tinha 180 metros de faixa. Com a erosão ao longo dos últimos dois anos, o espaço passou para 110 metros. Ao longo de toda a praia, o aumento médio foi de 25 para 70 metros.
Na época do aterro na região, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) chegou a questionar o tamanho da area aterrada, mas Spernau explicou que houve sobra de material e foi decidido reforçar o trecho.
“Como a draga [que ajudou na obra] já estava ali, não custou nada e a gente aproveitou para espraiar um pouco mais a areia. Agora, a gente já chegou no perfil de equilíbrio, ou seja, a gente está hoje com a praia do tamanho que era o projeto original, mas agora está no processo erosivo contínuo”, disse Spernau.
A decisão, como destacou o engenheiro, teve o objetivo de evitar que outros problemas ocorressem na região, que antes da megaobra quase não tinha mais faixa de areia. Em dias de forte ressaca, por exemplo, era comum que o mar invadisse a Avenida Atlântica e causasse estragos na cidade.
No mesmo espaço onde ocorre a erosão moradores já flagraram o surgimento de um ‘degrau’ próximo à margem do mar em novembro de 2022. Além disso, uma estrutura de concreto que pertenceu a um antigo restaurante flutuante na região pode ser visível.
Obra de contenção
Segundo Spernau a licitação para a obra que prevê a estabilização da Barra Sul já foi licitado e deve começar nas próximas semanas. No trabalho está previsto a instalação de tubos geotêxteis cheios de areia, que deverão conter o avanço do mar.
“Nós já licitamos e vamos começar em breve para que a gente não perca esse pedaço. Nós já temos um histórico de há 20 anos atrás, quando a gente fez um aterro naquela região, perder tudo pouco a pouco. A gente não quer repetir isso e vamos buscar estabilizar”, disse.