Policiais encontram máquina de lipoaspiração ao lado de corpo de mulher morta em procedimento estético em clínica

Policiais encontraram máquina de lipoaspiração ao lado de corpo de cozinheira que morreu ao realizar procedimento estético em clínica na Barra da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo

A Polícia Civil conseguiu novas provas que mostram que uma clínica de estética na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde uma paciente morreu depois de um procedimento, fazia intervenções cirúrgicas. A bomba usada em lipoaspirações foi encontrada ligada ao lado do corpo de Ingrid Ramos Ferreira, de 41 anos.

Os agentes apreenderam equipamentos e documentos no local. As investigações mostraram que Ingrid estava indo para o terceiro procedimento estético, uma abdominoplastia. Familiares contaram que ela reclamava muito do procedimento anterior, também feito pela médica Eliana Jimenez Dias.

Os agentes investigam se cirurgias e outras ações invasivas eram realizadas na clínica.

As câmeras de segurança do local registraram quando a médica carregou um equipamento, uma bomba sugadora de gordura, pelo corredor da clínica. Ela estava ligada na tomada ao lado do corpo da paciente, que estava morta na maca.

Segundo os investigadores, eram dois equipamentos do tipo funcionando no consultório, sendo um deles usado em procedimentos de lipoaspiração. Nele, existia uma etiqueta com o nome: “Dra. Eliana”.

“Quando os policiais civis estiveram no local, a gente conseguiu arrecadar essa bomba de lipoaspiração, que era um indício fortíssimo de que ela fazia ali, no consultório médico, procedimentos que deveriam ser feitos em um centro cirúrgico”, afirmou o delegado Ângelo Lajes.

A clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária e, de acordo com a Polícia Civil, o local e a médica respondem a 13 processos na Justiça, alguns deles por erro médico.

Imagens das câmeras de segurança também mostram Ingrid chegando na clínica de forma saudável, acompanhada do filho de 14 anos, que a acompanhava no dia do procedimento.

A forma de armazenamento dos documentos chamou a atenção dos policiais, pois eram escritos à mão. O prontuário de Ingrid, por exemplo, tinha grafia pouco legível. O material tinha o registro de que a paciente havia emagrecido 30 kg e o registro de uma lipoabdominoplastia, procedimento de retirada de gordura e pele do abdômen.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que deveria apontar a causa da morte da paciente, tem o registro “depende de prontuário médico completo”, pois o documento não foi encontrado.

Em depoimento, a médica disse que iria realizar na paciente apenas a remoção de uma queloide na região abdominal. Ela afirmou ainda que desobstruiu as vias aéreas de Ingrid, fez manobras de ressuscitação, mas a mulher não resistiu e veio à óbito.

 

Fonte: g1

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